sábado, 29 de junho de 2013

LITERATURA EM QUADRINHOS GANHA O GOSTO DA GAROTADA

Aluno do sétimo ano escolhendo revistas na gibiteca

 Nesta quinta-feira, dia 27 de junho, os alunos do sétimo ano, turma A, foram à gibiteca emprestar revistas. É a primeira visita oficial deles à gibiteca  este ano(os trabalhos na gibiteca ficaram um pouco enrolados neste semestre devido a uma série de mudanças e adaptações que tivemos que fazer, mas o segundo semestre promete muitas surpresas) e a primeira que eu acompanho (não são meus alunos). Em grupos de 3 e quatro alunos ele escolheram revistas para levarem para casa. Duas para cada um.

João, que fez questão de escolher apenas clássicos da literatura (e não queria levar apenas dois, ficou  bravo)
O que eu admirei foram as escolhas. Normalmente o que sai mais é Turma da Mônica e Mangás. No entanto, um grupo considerável de alunos levaram adaptações de obras literárias. Um grupo grande o suficiente para ser notado, diga-se de passagem. Também gostaram muito das novas revistas da Turma do Xaxado (obrigada mais uma vez Lucas e Cedraz), basta dizer que não sobrou nenhuma.
Essa menina é decidida: queria clássicos. Não demorou para escolher.
Para aqueles que dizem que os jovens não gostam de ler, eis aí uma boa resposta: eles gostam, basta serem apresentados  à leitura. O segredo, acredito, é acabar com o estereótipo de que ler é uma obrigação. Na gibiteca leitura é igual a diversão e é uma forma de integrar o aluno à escola e despertar nele aqui que tem faltado em muitos jovens e adultos: a imaginação.

Marca de Fantasia e Café Espacial lançam série de álbuns autorais

Café Espacial Apresenta (formato 14 x 20 cm, 60 páginas, R$ 12,00) é o nome de uma série de álbuns com histórias em quadrinhos autorais, que terá em destaque autores que publicaram na revista independente Café Espacial.
A série surge de uma parceria entre a revista e a editora Marca de Fantasia.
O primeiro número traz o trabalho da gaúcha Samanta Flôor, com a antologia dos quadrinhos Toscomics, uma seleção dos melhores trabalhos da autora, desde os publicados na internet aos inéditos, reunindo quase que de forma cronológica os trabalhos dessa quadrinhista, que brinca com os fatos do cotidiano, sempre de forma bem-humorada.
O título já está à venda no site da editora.
PUBLICADO NO UNIVERSO HQ

Oficina: Fazendo Fanzine: Da criação à Reprodução

No próximo domingo, dia 30 de junho, às 15h, será realizada na Casa das Rosas (Av. Paulista, 37) uma oficina “Fazendo fanzine: da criação à reprodução!”. 
Destinada a todas idades, a oficina tem como objetivo, a criação de uma revista artesanal, de variados temas, poesias, quadrinhos, resenhas, cinema, crônicas e etc.
A oficina é uma produção da Casa das Rosas, Secretária de Cultura de São Paulo.
PUBLICADO ZINE BRASIL

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Dê o troco em quadrinhos


Quantas vezes você já ouviu a solícita pergunta “pode levar o troco em confeito?”, na hora de pagar uma conta? Provavelmente muitas, e vai continuar ouvindo! Tal indagação é quase um pedido (irrecusável), e deixa poucas opções de respostas diante da recorrente escassez de moedas. Pois bem, a partir do início de julho àqueles que preferem manter as taxas de glicose sob controle ou mesmo minimizar a incidência de cárie terão nova possibilidade para retrucar o questionamento: ao invés de guloseimas, o natalense poderá pedir o troco em ‘pocketinho’ (!!!). 

Trata-se de uma HQ em formato reduzido, como bem sugere o nome, e custo baixo (R$ 3) disponível em local acessível – de preferência ao lado do caixa. A revistinha traz, em 32 páginas, uma história completa sem textos.

LEIA MAIS, CLICANDO AQUI!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

6ª EDIÇÃO DO MERCADO DE PULGAS HQ ANUNCIA SUA PRIMEIRA PALESTRA


O Mercado de Pulgas HQ, evento realizado pelo site Guia dos Quadrinhos, chega a 2013 em sua sexta edição e já ocupa um lugar de destaque na agenda nerd de São Paulo. Como nos anos anteriores, o evento reunirá colecionadores e negociantes de quadrinhos para um dia de troca e venda de gibis novos e raros, mangás, livros, DVDs, brinquedos e outros objetos de interesse para o público que é fã de fantasia, aventura e cultura pop.

No ano passado, o evento trouxe pela primeira vez bate-papos com profissionais da área e, para esta edição, a organização tem orgulho em anunciar sua primeira palestra:

“Quadrinhos Disney: No Brasil, por brasileiros” reunirá alguns dos nomes mais lendários da produção de HQs da Disney em nosso país nas décadas de 1970 e 1980, como Carlos Herrero (cocriador do Morcego Vermelho); Júlio de Andrade (roteirista de Pato Donald, Zé Carioca e Tio Patinhas) e Primaggio Mantovi (roteirista de Zorro, além editor e desenhista). Esses veteranos contarão como foi trabalhar nas histórias Disney produzidas no Brasil; falarão sobre a formação da Escolinha Disney, que criou dezenas de novos talentos dos quadrinhos no Brasil; e compartilharão curiosidades e histórias de bastidores. Entre os destaques, teremos também os 40 anos do Morcego Vermelho e os 50 anos da revista Tio Patinhas no Brasil. Ao final, o trio responderá a perguntas do público. A mediação da palestra será feita pelo editor e especialista em história da Disney, Marcelo Alencar, e haverá a participação especial de Lucila Saidenberg, filha de Ivan Saidenberg (cocriador do Morcego). O horário da palestra será divulgado posteriormente.

Este ano, o Mercado de Pulgas HQ ocorrerá em 17 de agosto, das 10h às 20h, na Associação Beneficente Osaka Naniwa Kai (Rua Domingos de Moraes, 1581 – Vila Mariana), que já sediou o evento no ano passado. Além das palestras e bate-papos com profissionais da área, o público pode esperar por sessões de quiz com direito a prêmios e stands de colecionadores, lojas e editoras. O cartaz desta edição será ilustrado por Carlos Herrero.

O evento será patrocinado pela loja Planeta Gibi (www.planetagibi.com).

O apoio cultural é da Gal Editora (www.galeditora.com.br) e da revista Mundo dos Super-Heróis (http://www.europanet.com.br/site/?cat_id=927)

Criado em 05 de março de 2007 pelo designer e fã de histórias em quadrinhos, Edson Diogo, o site Guia dos Quadrinhos (www.guiadosquadrinhos.com) é pioneiro do gênero no Brasil e se tornou uma das mais importantes fontes de pesquisa para estudiosos, professores, jornalistas e fãs dessa mídia.


Confira em anexo um teaser do desenho de Herrero para o cartaz do evento deste ano, assim como a capa de uma revista do Morcego Vermelho.

Serviço:


6º Mercado de Pulgas HQ
Data: 17 de agosto
Horário: 10h às 20h
Local: Associação Beneficente Osaka Naniwa Kai
Endereço: Rua Domingos de Moraes, 1581 – Vila Mariana, a 200 metros do metrô
Realização: Guia dos Quadrinhos (www.guiadosquadrinhos.com)
Patrocínio: Planeta Gibi (www.planetagibi.com)
Apoio cultural: Gal Editora (www.galeditora.com.br) e Mundo dos Super-Heróis (http://www.europanet.com.br/site/?cat_id=927)

Salão Internacional de Humor ganha prêmio Unimed e convida artistas a desenharem sobre saúde


O Salão Internacional de Humor de Piracicaba ganha mais uma novidade no ano em que completa quatro décadas. Trata-se do Prêmio Unimed, que será oferecido ao artista gráfico que desenvolver o melhor trabalho com o tema Saúde. As inscrições estão abertas até 19 de julho, mesmo prazo para envio de obras nas outras cinco categorias da histórica edição. Em 2013 os prêmios somam R$ 46 mil.

Ao criarem as obras, os artistas podem utilizar a linguagem do cartum, charge, caricatura, tiras ou histórias em quadrinhos. A técnica é livre. As produções devem ser enviadas pela internet ou Correios. O vencedor recebe R$ 3 mil, que será entregue em 24 de agosto, na abertura oficial do evento.

A obra vencedora, aquisitiva à Unimed Piracicaba, será analisada pela comissão de seleção nos dias 3 e 4 de agosto e depois passa pelo crivo da comissão de premiação, que se reúne uma semana antes da abertura. Os principais trabalhos comporão a mostra principal, em exposição no Engenho Central até 20 de outubro.

Segundo o cartunista Eduardo Grosso, diretor do CEDHU Piracicaba (Centro Nacional de Humor Gráfico), o prêmio foi oferecido aos artistas entre 2000 e 2006. “A organização do Salão se empenha na busca de parcerias que somem e valorizem o evento. É o caso da retomada desta premiação com uma importante instituição local. Ela chega num momento muito especial e, sem dúvida, oferece um motivo a mais para a participação e valorização do cartunista e da arte do desenho de humor”, destaca.

A Unimed Piracicaba, sempre participativa na agenda cultural do município, reinicia a parceria com o Salão. Na opinião do presidente Carlos Alberto Joussef, essa é uma exposição expressiva que divulga o nome da nossa cidade. “É um prazer para a Unimed apoiar esse evento internacional”, considera.

Nas edições anteriores do Salão, conquistaram o Prêmio Unimed os artistas Frederico Ozanan, de Campina Grande (PB); Paulo Volmar Mattos Vilanova, de  Porto Alegre (RS); Willian Hussar e Gilson Luiz Hyppolito, ambos de Piracicaba (SP); João Bosco Jacó de Azevedo, de Belém (PA); e Lézio Custodio Junior, de São José do Rio Preto (SP).

FUTEBOL – O Salão Internacional de Humor também conta com o Prêmio Temático no valor de R$ 5 mil. Neste caso, os artistas são convidados a produzir obras humorísticas sobre Futebol. “Estamos na véspera da Copa do Mundo e em pleno período de realização da Copa das Confederações. Por isso, acreditamos que será um tema bem explorado pelos cartunistas”, classifica Edu Grosso.

Cada artista pode inscrever até três trabalhos, com tema e técnica gráfica livres, nas categorias Cartum, Caricatura, Charge e Tiras/HQ. A melhor obra em cada uma das quatro categorias recebe R$ 5 mil. O mesmo valor será entregue ao Prêmio Júri Popular Alceu Marozi Righetto, com votação pela internet.

O melhor trabalho entre os premiados também concorre ao Grande Prêmio Salão de Humor de Piracicaba – Zélio de Ouro, no valor de R$ 10 mil. As obras em Caricatura concorrem ainda ao Prêmio Aquisitivo Câmara de Vereadores de Piracicaba (R$ 3.131,11).

Considerado um dos mais importantes eventos no universo das artes gráficas, o Salão de Humor foi criado em 1974, em plena Ditadura Militar. Iniciativa corajosa de jornalistas e intelectuais da cidade, contou com o apoio de nomes como Millôr Fernandes, Jaguar, Fortuna, Henfil, Ziraldo, Zélio e Paulo Francis, à época responsáveis pelo irreverente jornal “O Pasquim”.

Desde a sua criação, o Salão tornou-se vitrine para grandes profissionais do cartunismo e humor brasileiros como Laerte Coutinho, Angeli, Glauco Villas Boas, Alcy Linares, entre muitos outros talentos nacionais e internacionais.

SERVIÇO – Inscrições para o 40º Salão Internacional de Humor de Piracicaba. Até 19 de julho. Informações e envio de trabalhos: CEDHU Piracicaba (avenida Maurice Allain, 454, Parque do Engenho Central, Piracicaba-SP – CEP 13405-123). Informações: (19) 3403-2615, contato@salaodehumor.piracicaba.sp.gov.br ou www.salaodehumor.piracicaba.sp.gov.br.


Assessoria de imprensa do 40º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
Press office of the 40th International Humor Exhibition of Piracicaba

sábado, 22 de junho de 2013

Dom João Carioca, em vídeo! Muito bom reforço para o estudo de história

Trata-se de uma série de 12 vídeos baseados na HQ Dom João Carioca a Corte no Brasil de Spacca, escritor e ilustrador, e da historiadora Lilia Moritz Schwarcz. Em vídeos de até cinco minutos, a série conta os principais fatos que ocorreram no período joanino, os 13 anos que Dom João esteve no Brasil. 






sexta-feira, 14 de junho de 2013

Pesquisadora autografa livro sobre cinema e quadrinhos

A pesquisadora e professora Denise Azevedo Duarte Guimarães, da UTP (Universidade Tuiuti do Paraná), participa neste sábado, 15, de tarde de autógrafos de seu mais recente livro: “Histórias em Quadrinhos & Cinema: adaptações de Alan Moore e Frank Miller”. O evento está programado para as 14h, no Paço da Liberdade – Sesc Paraná (localizado na Praça Generoso Marques), em Curitiba.
O livro pode ser adquirido na livraria do Sesc da Liberdade, em Curitiba, ou encomendado diretamente pelo e-mail da autora (denise.guimarães@utp.br). Preço: R$ 45.
Recém-lançado, “Histórias em Quadrinhos & Cinema: adaptações de Alan Moore e Frank Miller” (2013) é o fruto de três anos de trabalho da autora. Com um doutorado em literatura, Denise resolveu, após uma carreira dedicada aos estudos entre literatura e cinema, se debruçar sobre a adaptação de quadrinhos para a Sétima Arte.
E tudo começou com seus filhos. “Tive meu interesse despertado pelas graphic novelscolecionadas por meus dois filhos adultos, um engenheiro e outro arquiteto. Percebi naqueles belos volumes impressos um potencial a ser explorado na área da Comunicação, tanto no âmbito da narrativa quanto da Semiótica e das propostas estéticas e visuais”, explica, em entrevista ao Diário. “Ao começar a prestar maior atenção ao diálogo dessas obras com suas respectivas adaptações para o cinema, eu descobri um vasto e rico território ainda não contemplado pela academia, no Brasil”, diz.
Professora aposentada da UFPR (Universidade Federal do Paraná) e atualmente lecionando no programa de doutorado da UTP, a autora analisou em seu livro as adaptações dos gibis de Frank Miller (“Sin City” e “300”) e de Alan Moore (“Watchmen” e “V de Vingança”) para o cinema em filmes que foram lançados nos últimos anos. É o que ela chama de “filme de quadrinhos”, um gênero ainda pouco estudado em livros.
“Abordar o universo dos gibis é algo desafiador e prazeroso, além de muito relevante na era da chamada convergência das mídias. Cito como exemplo o forte potencial expressivo da linguagem de Alan Moore, que fez com que “Watchmen” fosse a primeira história em quadrinhos a ganhar um prêmio literário: o Hugo”, explica, acrescentando que diálogo do cinema com outras artes é algo de grande relevância para o processo de evolução da Sétima Arte.
Ciclo de filmes
Nos dias 18, 19, 20 e 21 de junho, Denise Guimarães participará da mostra "HQs nas telas”, ciclo de filmes baseados em histórias em quadrinhos organizado pela Secretaria Estadual da Cultura e pelo Museu da Imagem e do Som, no auditório Brasílio Itiberê, das 19h30 às 22h. A autora vai proferir palestra e autografar seu livro.

PUBLICADO NO DIÁRIO DE GUARAPUAVA

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Ela por Elas: exposição traz trabalhos de mulheres cartunistas

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Quadrinhos contam as histórias por trás das pinturas

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Para promover as Visitas Guiadas do MASP (Museu de Arte de São Paulo), a DM9DDB buscou contar as histórias por trás dos grandes quadros do acervo através de quadrinhos.
Mostrando os mestres Van Gogh,Renoir e Modigliani, cada narrativa procura reproduzir o traço do respectivo artista, como se tivesse sido tirada de seu sketchbook.
Muitos dos frames foram inspirados por pinturas e esboços que de fato existem. O texto também traz referências históricas, com citações reais dos autores e personagens das peças.
A ideia é convencer o público que o ato de admirar uma pintura na parede é apenas parte de uma experiência maior – no caso, proporcionada pelo serviço de Visitas Guiadas, que conta detalhadamente às histórias dos quadros e trajetórias dos artistas, contextualizando cada obra.
Segundo informações divulgadas pelo site Brainstorm9
PUBLICADO NO ZINE BRASIL

Desenhista José Aguiar lança história em quadrinhos


O desenhista curitibano José Aguiar lançou nesta terça-feira (4), às 19h, na Gibiteca de Curitiba, o livro de história em quadrinhos Folheteen – Direto ao Ponto. Na mesma noite, ele realiza uma palestra sobre o processo de criação do projeto e autografa a sua obra. Na quarta-feira (5), José Aguiar abre uma exposição reunindo originais, rascunhos e impressões dessa história em quadrinhos ambientada em Curitiba. O projeto foi viabilizado pelo edital do Mecenato Subsidiado (Lei Municipal de Incentivo à Cultura).

O personagem principal de Folheteen é a adolescente Malu, que vive em um estranho mundo habitado por irmãos chatos, pais separados, amigos tapados e subempregos, que mais atrapalham do que ajudam. Essa adolescente, que se sente sempre fora de contexto, busca a si mesma numa Curitiba imaginária, que poderia ser qualquer cidade do planeta. Este livro narra uma nova história sobre como pode ser dura ou adorável a vida de alguém que não sabe ir direto ao ponto.

A história com a personagem Malu foi vencedora do I Concurso Internacional de Quadrinhos do Senac-SP, prêmio que lhe rendeu a publicação do seu primeiro livro – Folheteen (Devir, 2007). Depois, José Aguiar publicou a coletânea Folheteen – Tiras pra todo lado (Quadrinhofilia, 2012), uma antologia das suas melhores tiras publicadas no jornal Gazeta do Povo. O livro Folheteen – Direto ao ponto é uma homenagem do autor aos 320 anos de Curitiba, onde seu livro é ambientado.O curitibano José Aguiar é arte-educador formado pela Faculdade de Artes do Paraná e quadrinista premiado, com obras publicadas no Brasil e exterior. 

Atualmente publica as tiras Folheteen e Nada Com Coisa Alguma no jornal Gazeta do Povo, no qual também é colunista. Seu último trabalho foi o livro Reisetagebuch – Uma Viagem Ilustrada pela Alemanha. José Aguiar é curador e cocriador de dois eventos de difusão da cultura das histórias em quadrinhos:  Gibicon – Convenção Internacional de Quadrinhos de Curitiba e Cena HQ, que realiza leituras dramáticas de HQs no Teatro da Caixa.
PUBLICADO NO BEM PARANÁ



domingo, 2 de junho de 2013

Dois lançamentos pela Marca de Fantasia abordam o mundo dos quadrinhos

Uma semana com muitas novidades nos quadrinhos. Entre Elas o Lançamento dos livros de Elydio do Santos Neto e Matheus Moura. Confira os releases!

Quadrinhos e Comunicação: entrevistas com autores e teóricos

A História em Quadrinhos no Brasil têm décadas de tradição como mercado e cultura de massa. Desde 1905 já se tinha a revista O Tico-Tico, dirigida à infância, com literatura e quadrinhos. Em 1929 surgiram os suplementos nos jornais, com a iniciativa pioneira de A Gazeta, seguida por Adolfo Aizen, em 1934, com o Suplemento Infantil. Bem antes disso, em 1869 nascia o personagem Nhô-Quim, por Angelo Agostini, marco fundador de nossos quadrinhos, em publicações como Vida FluminenseO Malho e Dom Quixote.
Apesar do mérito de sermos protagonistas dessa arte, surpreende os quadrinhos até há pouco tempo não serem levados a sério, sendo até mesmo perseguidos e menosprezados como um produto pueril para um público pouco respeitável. Por força da reação persistente dos autores nacionais – que são alijados dos grandes projetos editoriais –, os quadrinhos ganharam relevo, visibilidade e espaço no meio acadêmico, mudando de forma substancial a forma de apreciá-los.

Hoje os quadrinhos são política governamental, que recomenda sua leitura nas escolas e estimula a adaptação de obras literárias para essa linguagem. São também, e cada vez mais, objeto de estudo na Graduação e Pós-Graduação de cursos de Comunicação, Artes Visuais, Sociologia, Linguística, História e outros domínios do conhecimento. Os quadrinhos ganham requinte de edições sofisticadas e são equiparados aos livros, frequentando as bibliotecas e sendo expostos nas livrarias.

Esse percurso evolutivo conta com a participação efetiva de uma geração de autores independentes, oriunda dos fanzines e que foi à luta, produzindo suas auto-edições. Com o tempo, adentraram a academia como estudantes e em seguida como professores, levando à paixão à arte a necessidade de investigação sobre sua linguagem, seus gêneros, suas expressões artísticas, sua força comunicativa e política, por intermédio de grupos de estudos, dissertações, teses e publicações.

É este cenário que o jovem autor e pesquisador Matheus Moura nos apresenta em sua obra Quadrinhos e Comunicação: entrevistas com autores e teóricos. O próprio Matheus é um editor independente, tendo publicado as entrevistas deste livro em sua revista Camiño de Rato e no site Toka de Rato, em que traça uma panorâmica dos quadrinhos autorais e sua inserção na academia. Retrato desse novo tempo para a arte, Matheus recentemente tornou-se mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal de Goiás com dissertação exatamente dirigida aos quadrinhos, orientada por um dos mais renomados doutores na área, Edgar Franco.

O livro conta não só com a experiência criativa e acadêmica de Edgar Franco, mas de outros expoentes da pesquisa sobre quadrinhos, como Amaro Braga, Natânia Nogueira, Paulo Ramos, Gazy Andraus, Waldomiro Vergueiro, Elydio dos Santos Neto e Henrique Magalhães. Embora as entrevistas tenham sido feitas em 2009, o quadro continua atual, com alguns complementos devidamente feitos aos textos. Sem dúvida, esta é uma obra incontornável para se entender a importância dos quadrinhos na atualidade e seu merecido reconhecimento (tanto acadêmico quanto mercadológico).

Os quadrinhos poético-filosóficos de Gazy Andraus:

25 anos de quadrinhos e fanzinato


Em meados da década de 1990 florescia no país uma produção de quadrinhos que em nada se enquadrava nos padrões do que era veiculado no mercado. De forma independente, circulando nos fanzines e autoedições, o que passou a ser chamado de quadrinhos poético-filosóficos era a expressão mais pessoal de jovens quadrinistas que ousavam experimentar usando os recursos da linguagem, propondo novas abordagens temáticas, estéticas e modo de criação.
Para aglutinar essa produção, foi criada a revista Tyli-Tyli, depois rebatizada Mandala, pela editora Marca de Fantasia, em 1995. De início, a revista se propôs a publicar os trabalhos de Flávio Calazans, Edgar Franco e Gazy Andraus, então os mais inventivos e prolíficos na área. Logo a revista tornou-se não só um registro da obra desses autores, mas promoveu o despertar de outros, que viram no “novo gênero” a oportunidade de expressão de suas visões de mundo e inquietações pessoais.

Tyli-Tyli/Mandala durou seis anos, com 13 edições, uma vida curta, porém intensa. Nela viu-se surgir inúmeras propostas visuais e textuais beirando as linguagens poética, fantástica, filosófica. São muitas as denominações desses quadrinhos extraordinários, em que cada autor encontra sua própria definição. A efervescência dessa produção era um reflexo da ânsia dos jovens por compreender e revelar as confusões e os paradoxos de um mundo num ritmo acelerado de transformação.

A própria revista viveu seu processo de autorreflexão, ao veicular vários artigos que buscavam discutir os conceitos e motivações para esse gênero de criação artística. A discussão extrapolou o espaço exíguo da publicação e chegou à academia, em trabalhos apresentados em congressos e publicados em livros.

Um dos que mais se interessam pelo estudo dos quadrinhos poético-filosóficos é o professor Doutor Elydio dos Santos Neto, que realizou seu pós-doutorado no Instituto de Artes da UNESP com a pesquisa “As Histórias em Quadrinhos poético-filosóficas no Brasil: contextualização histórica e estudo das interfaces educação, arte e comunicação”. Com base no trabalho dos autores referenciais do gênero – Calazans, Franco e Andraus –, e tomando a Tyli-Tyli/Mandala como uma de suas fontes, a pesquisa de Elydio demonstrou a importância e a densidade dessa produção, resgatando-a da “marginalidade” da autoedição à relevância de objeto de estudo acadêmico de alto nível.

Em 2012, no quadro da editora Marca de Fantasia, Elydio propôs a edição de seu vasto material de pesquisa, basicamente as entrevistas que fundamentaram seu pós-doutorado, numa série de livros reflexivos sobre os quadrinhos poético-filosóficos. Nesse ano, saiu o primeiro título, Os quadrinhos poético-filosóficos de Edgar Franco: textos, HQs e entrevistas, de autoria de Elydio. Outros pesquisadores também se interessaram pela série e lançou-se no mesmo ano o livro Edgar Franco e suas criaturas no Banquete de Platão, por Nadja Carvalho.

Agora é a obra de Gazy Andraus que ganha relevo na visão de Elydio dos Santos Neto. Gazy é um dos autores mais seminais dessa geração, radicalizando no processo intuitivo de criação. Sobre ele, é melhor acompanhar o profundo e brilhante trabalho de Elydio, que provoca e revira os conceitos engessados da academia.

Confira esses e outros lançamentos, clicando aqui!