No Colégio Liberdade, em Palmas, os educadores estão investindo na literatura em quadrinhos para promover a prática da leitura entre os alunos e na criatividade da disposição dos livros para chamar a atenção das crianças e jovens.
Levar os livros da Biblioteca ‘Cantinho do Saber’ até os alunos foi ideia da educadora Lauriza Barbosa que está há mais de um ano cuidando do acervo, composto por uma média de 5 mil títulos, de diversos segmentos literários.
O estudante Alex Pereira Sales tem apenas 11 anos, estuda na turma do 5º ano, e sabe a importância que tem os livros para a sua formação. “Agora estou lendo a Guerra dos Farrapos, em quadrinhos, li também sobre as guerras mundiais, são livros mais agradáveis de ler porque têm os personagens”, explicou Alex. Os alunos que leem a história brasileira e mundial em quadrinhos têm à sua disposição o figurino, armamentos e as construções da época.
Alex é filho de Cícero Sousa Sales e de Dulcivan Pereira Batista. Ele não espera pela cobrança dos pais. O estudante gosta de se aventurar pelo universo da leitura e tem em casa um espaço dedicado aos seus livros. “Como no futuro teremos que ler muito, prefiro começar agora”, disse.
Outra aluna que aproveita os intervalos das aulas para bisbilhotar os livros é Daniela Vitória, 9 anos, que estuda na 4ª série. Filha de Guvem Miranda e Ana Cléia, Daniela sabe que se exige muita leitura das pessoas quando elas crescem. “Leio porque é importante e sei que tenho que estudar muito”, confessou.
As jovens Ednair Turíbio da Cruz, 13 anos e Loislene Torres de Sousa, 13 anos, ambas matriculadas na 7ª série, também gostam de ficar na biblioteca. Elas leram toda a coleção de Mauricio de Sousa. “Percebemos que a base das provas como o Enem é a leitura e que aquilo que aprendemos será cobrado no futuro, por isso procuramos ler sempre”, explicou Ednair.
Gustavo Vieira Fragoso, 11 anos, da 5ª série, é filho da merendeira Luciene Gomes Fragoso. Quando termina a aula, Gustavo espera pela mãe na biblioteca e com isso tomou gosto pela leitura. Estava lendo uma adaptação da peça de Moliére denominada ‘Médico à força’, feita por Márcio Trigo, em quadrinhos. “Leio para aprender a escrever melhor”, disse.
Para a professora Lauriza “ler é viver”, por isso ela improvisa os cantinhos da leitura, embaixo de árvores, no pátio da escola, nos corredores e, muitas vezes, pendura os livros nos galhos das árvores. “Criamos várias formas de incentivo à leitura. Hoje temos disponível no formato de quadrinhos obras como O Cortiço de Aluísio Azevedo, Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, entre outras”, contou Lauriza.
A diretora da escola, Maria Nazaré Macena Rodrigues explicou que toda a equipe pedagógica trabalha em conjunto com as ações desenvolvidas pela equipe da biblioteca. “A intenção é preparar os nossos alunos para que tenham uma ótima leitura, sejam capazes de interpretar, de compreender o contexto do que leram. Dessa forma, eles estarão mais preparados para a vida”, esclareceu Maria Nazaré.
Dez minutos de leitura
Além dos projetos de leitura promovidos pela equipe da biblioteca, os professores também desenvolvem diversas atividades, como produção de textos, danças e outras atividades que complementam a formação da criança e do jovem.
Outro projeto é a roda de conversa, em que os alunos têm 10 minutos para compartilhar as histórias que estão lendo. Com isso, há uma interação entre professor e o educando. “Isso é muito bom, porque também trabalhamos os aspectos da oralidade, da narração e da descrição”, finalizou Maria Nazaré.
Postado originalmente no Surgiu
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