Paixões adolescentes, intrigas de um colégio interno e química, em
todos os sentidos. A mistura inusitada foi proposta por um projeto da
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e transformada no mangá Sigma Pi,
história em quadrinhos ao estilo oriental que explora as confusões da
rotina de um colégio interno a partir da ciência. O resultado final é
uma série que mostra de maneira simples e divertida como a química está
presente nas mais diferentes situações do dia a dia.
A trama, que já está na sétima edição, é de autoria da química
Adriana Yumi, da UFSCar, que teve a ideia de misturar suas duas paixões:
química e quadrinhos. “Sempre fui fã de quadrinhos, como a Turma da Mônica, e de mangás, e comecei a desenhar e escrever o Sigma Pi
em 2009, quando ainda estava cursando a graduação em química”, lembra.
“Acho que essa é uma ótima forma de despertar o interesse de
adolescentes e do público em geral pela química e pelas ciências
exatas.”
As histórias são destinadas principalmente ao público infanto-juvenil
e envolvem as rotinas de cinco personagens que estudam juntos em um
colégio interno.
“Branca, a protagonista, vai estudar nessa escola, onde todos devem se
filiar a algum clube, e ela acaba obrigada a entrar no clube de química,
o Sigma Pi”, conta. “Apesar da resistência inicial, ela acaba gostando
da experiência e conhecendo novos amigos e percebe que a química está em
todos os lugares e pode ser muito interessante”, conta Yumi.
Química do dia a dia
Além de desentendimentos, romances, comédia e outros ingredientes que
têm tudo para despertar o interesse do público, a autora aborda temas
como átomos, os três estados da matéria, ácidos, bases.
A autora, que atualmente escreve o oitavo número do mangá, pretende concluir a trama em vinte edições.
“Por exemplo, em um ponto da história, as personagens não podem
entrar no laboratório do clube, então decidem fazer um experimento com
elementos do cotidiano, fora do laboratório, para distinguir ácidos de
bases”, destaca Yumi. “Eles mostram que, se fizermos um suco de repolho
roxo, que serve como um indicador de acidez, e adicionarmos vinagre, a
mistura fica rosa, indicando que o vinagre é ácido. Se colocarmos sabão
em pó, fica verde, pois o sabão é uma base.”
A autora, que atualmente escreve o oitavo número do mangá, pretende
concluir a trama em vinte edições. Cada revista custa de 4 a 6 reais,
mas todas elas também estão disponíveis para leitura on-line.
“Apesar dos gastos que tenho com a série, vale a pena porque, além de
ser um meio de entretenimento, é uma forma de divulgar a química”,
ressalta. “E o trabalho também é muito importante para mim, pois evoluí
bastante como escritora desde a primeira edição.”
PIsabelle Carvalho