Durante o mês de agosto os alunos da EJA da Escola Municipal Judith Lintz trabalharam com um projeto multidisciplinar cujo objetivo era desenvolver a autoestima. O projeto girou em torno da obra literária de Carolina Maria de Jesus, a escritora e poetiza negra, semianalfabeta, que nos anos de 1960 surpreendeu o mundo com sua obra sensível e de profundo cunho social.
Carolina nasceu em
Sacramento (MG), em 14 de março se 1914, Faleceu em 13 de Fevereiro de 1977, aos 62 anos. Mudou-se para São Paulo em 1947, em busca de melhores condições de vida. Tornou-se moradora de favela e lá criou seus três filhos, sozinha. Carolina Maria de Jesus foi empregada doméstica, catadora de materiais recicláveis e pode ser considerada uma escritora autodidata. Praticamente tudo que aprendeu foi lendo jornais e livros que encontrava no lixo.
Em sua obra ela nos apresenta da dura realidade de uma mulher pobre, negra e excluída. Dos livros que encontrava no lixo e lia veio o suporte que ela encontrou para vencer a fome, o preconceito e o machismo que constantemente a vitimavam. Seu livro mais conhecido é Quarto de despejo – Diário de uma Favelada, que no ano de seu lançamento, vendeu mais de 100 mil exemplares
vendidos e já vou traduzido para pelo menos 13 idiomas.
Sua vida tornou-se uma História em Quadrinhos pelas mãos Sirlene Barbosa e João Pinheiro, publicada pela Editora Veneta (clique aqui para saber mais sobre a publicação).
Leia uma das poesias de Carolina Maria de Jesus:
MUITAS FUGIAM AO ME VER
Muitas fugiam ao me ver
Pensando que eu não percebia
Outras pediam pra ler
Os versos que eu escrevia
Era papel que eu catava
Para custear o meu viver
E no lixo eu encontrava livros para ler
Quantas coisas eu quiz fazer
Fui tolhida pelo preconceito
Se eu extinguir quero renascer
Num país que predomina o preto
Adeus! Adeus, eu vou morrer!
E deixo esses versos ao meu país
Se é que temos o direito de renascer
Quero um lugar, onde o preto é feliz.
Pensando que eu não percebia
Outras pediam pra ler
Os versos que eu escrevia
Era papel que eu catava
Para custear o meu viver
E no lixo eu encontrava livros para ler
Quantas coisas eu quiz fazer
Fui tolhida pelo preconceito
Se eu extinguir quero renascer
Num país que predomina o preto
Adeus! Adeus, eu vou morrer!
E deixo esses versos ao meu país
Se é que temos o direito de renascer
Quero um lugar, onde o preto é feliz.
Assinta, também, um vídeo sobre a biografia em quadrinhos de Carolina Maria de Jesus:
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