domingo, 25 de novembro de 2018

RESENHA: ESTELLA VIC - 1922 E O MANIFESTO FUTURISTA


Retomando as postagens na Gibiteca Escolar Helena Fonseca estamos com a proposta de publicar regularmente pequenas resenhas de Histórias em Quadrinhos que possam ser utilizadas na sala da aula. Quadrinhos nacionais ou estrangeiros, de grandes e pequenas editoras e quadrinhos independentes.

A resenha de hoje é sobre HQ "Estella Vic - 1922 e o Manifesto Futurista". O quadrinho foi publicado pelo selo da Primal Studio, em 2018, a partir de uma campanha na Catarse, uma plataforma de financiamento coletivo para projetos criativos em atividade desde 2011. 

O roteiro é assinado por Marcelo Alves, linguista e gestor de projetos da Primal Studio, autor do  mangá nacional "Machado de  Assis: caçador de monstros" (2017).  A ilustração fica por conta de Mariana Queiroz, designer formada pela PUC-RJ.

Trata-se de um quadrinho de ficção ambientado no ano de 1922 e cuja trama, que envolve conspiração e crime, tem como protagonista uma jovem repórter, chamada Estella Vic. A narrativa é suave e gira em torno de da questão da modernidade e na inserção da mulher no mercado de trabalho.

Estella Vic busca pelo reconhecimento de seu trabalho como jornalista em uma sociedade onde as mulheres de classe média e alta devem se preocupar em conseguir um marido e demarcar sua posição na sociedade.  Neste sentido, a HQ pode ser usada para se questionar à questão da desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho e a luta das mulheres pelo direito ao reconhecimento da sua capacidade profissional. 

O próprio título do texto já rende um aula a parte, pois é uma referência à Semana da Arte Moderna. A trama se desenvolve em torno no a inauguração da Exposição de Arte Moderna, em São Paulo. Os principais arquitetos do movimento modernista, como Anita Malfati, Oswaldo de Andrade e Tarsila do Amaral. 

O Manifesto Futurista, escrito pelo poeta italiano Filippo Tommaso Marinetti, e publicado no jornal francês Le Figaro em 20 de fevereiro de 1909, é citado nas primeiras páginas da HQ. O Futurismo foi um dos primeiros movimento de renovação artística do século XX. Neste ponto, a HQ contribui com material para as aulas de História, Literatura e Artes, podendo ser utilizada para abortar o tema nestas disciplinas ou para a elaboração de atividades.

Nas aulas de história pode-se ainda trabalhar a questão do anacronismo, com a inserção do personagem, "Rui do Boné", jogador de sinuca nascido em 1940 e que, portanto, não poderia fazer parte de uma trama datada de 1922. Os professores da área de linguagens podem abordar este anacronismo a partir da ideia de licença poética, que é a liberdade de expressão do artista. No caso da do uso de personagens históricos em obras literárias, o autor tem liberdade de brincar com fatos e não precisa necessariamente respeitar uma cronologia. 

A obra é indicada para uso com alunos do Fundamental II, mas nada impede que o professor do Ensino Médio possa utilizá-la, também.

Apêndice - Manifesto Futurista

sábado, 24 de novembro de 2018

APLICATIVO DISPONIBILIZA PRIMEIRAS HQS BRASILEIRAS GRATUITAMENTE


Uma parceria entre o aplicativo Social Comics e o Senado Federal permite que você leia na íntegra e gratuitamente uma versão digital dos primeiros quarinhos do país. Nhô-Quim, O Tico-Tico e O Guarani são as primeiras obras disponibilizadas pela iniciativa, que visa popularizar o acesso a referências históricas do Brasil.

Publicada na revista Vida Fluminense em 30 de janeiro de 1869, Nhô-Quim é considerada a primeira história em quadrinhos brasileira e também uma das mais antigas do mundo. Na época, as histórias criadas pelo italiano Angelo Agostini eram divididas em capítulos nas páginas centrais da revista — e parte desse acervo foi recuperado para ser lido através do aplicativo.

No app, está disponível a obra Memórias d'O Tico-Tico - Juquinha, Giby e Miss Schocking, que reúne as primeiras experiências gráficas de J. Carlos, com texto e pesquisa de Athos Eichler Cardoso. As imagens foram restauradas por Josias Wanzeller da Silva.

Todos os materiais do Senado apresentam matérias especiais e conteúdos extras sobre a importância histórica de cada um deles.

Similar à Netflix, a Social Comics é um serviço de streaming de quadrinhos com mais de 5 mil obras em seu acervo e permite que o leitor crie contas gratuitas ou por assinatura. As primeiras HQs brasileiras estão disponíveis para todos os tipos de conta.

Adaptado do texto publicado originalmente na revista Galilieu, que pode ser lido na íntegra, clicando aqui!

As edições do Senado Federal podem ser acessadas gratuitamente (em pdf) ou compradas no site: https://livraria.senado.leg.br/index.php?route=common/home


domingo, 18 de novembro de 2018

QUADRINISTA LULI PENNA FALA DE SEU QUADRINHO NA RÁDIO FRANÇA INTERNACIONAL

SESC PARAÍBA LANÇA PROJETO DE LIVRO EM QUADRINHOS


O projeto intitulado Quatro Cantos de Um Todo é uma História em Quadrinhos que traz o relato de quatro pessoas beneficiárias do Sesc Paraíba. O lançamento da HQ acontece na próxima quinta-feira, 22 de novembro, às 19h, no Centro de Turismo e Lazer Sesc Cabo Branco.

de entrevistas realizadas com pessoas beneficiárias da instituição. A proposta também repassa o protagonismo das ações para as pessoas que fazem o Sesc acontecer, revelando a importância da participação de cada uma delas nas ações de cultura, saúde e assistência.

A produção, com arte e roteiro de Gabriela Güllich, foi elaborada como Projeto Final de Estágio da Quatro Cantos de um Todo une relato humanizado e narrativa ilustrada, buscando mostrar o poder da transformação de ações sociais na vida da população. As histórias foram elaboradas a partir graduanda em Jornalismo da UFPB que atua na área de Comunicação do Sesc Paraíba.

A HQ e o documentário Protagonizando Histórias, que também será exibido no dia do lançamento, de Sílvia Francine, da unidade Sesc Centro Campina Grande, foram selecionados pelo Departamento Nacional do Sesc para participar do III Seminário do Projeto Especial de Bolsa Estágio, realizado no Rio de Janeiro no início de novembro. 
Assessoria 

Você também pode enviar informações à redação do portal paraiba.com.br pelo whatsapp 83 98149 3906.

Texto publicado originalmente no Paraíba.com.br

EXPOSIÇÃO DO MIS CELEBRA HISTÓRIA DAS HQS NO MUNDO



As histórias em quadrinhos serão protagonistas na mais nova exposição do MIS (Museu da Imagem e do Som), localizado em São Paulo. A mostra, intitulada "Quadrinhos", numa exposição que começou na quarta-feira (14), véspera de feriado, e se estende até o dia 31 de março de 2019.

Ao todo, mais de 600 peças entre revistas, artes originais e itens raros dos diversos gêneros das HQs -- super-heróis, infantis, terror, aventura, romance, mangá e faroeste -- vão traçar a história da chamada 9ª arte no mundo e apresentar sua influência em outras mídias da cultura pop, como cinema, rádio, TV e games. Também teremos atividades paralelas, tanto para o público infantil quanto adulto, incluindo cursos, oficinas e bate-papo com artistas.

A realização é do MIS e terá curadoria de Ivan Freitas da Costa (sócio-fundador da CCXP), e projeto expográfico da Caselúdico, parceira do MIS em exposições passadas de sucesso, como O Mundo de Tim Burton, Silvio Santos Vem Aí! e Castelo Rá-Tim-Bum: A Exposição.

"Na exposição apresentamos um amplo panorama dos personagens, criadores e expressões dos quadrinhos no mundo todo de uma perspectiva brasileira, contada através de centenas de itens, a grande maioria deles jamais expostos no país", revelou Ivan Freitas da Costa, em comunicado oficial. Foram necessários 18 meses de pesquisa para alcançar o resultado final e artistas como Angeli, Laerte e Ziraldo cederam peças pessoais para a exposição.

Entre algumas das raridades que poderão ser vistas pelo público, estão a primeira aparição da Luluzinha, publicada na The Saturday Evening Post em 1935, a edição #1 de O Pato Donald e uma ilustração original de The Spirit, personagem mais famoso de Will Eisner.

Horário de funcionamento: Terças a sábados, das 10h às 20h (com permanência até as 22h); domingos e feriados, das 9h às 18h (com permanência até as 20h); Excepcionalmente na segunda-feira (19/05), véspera de feriado, o MIS estará aberto das 10h às 20h

Onde: Museu da Imagem e do Som – MIS; Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo; Espaço Redondo, Espaço Expositivo do 1º andar e Espaço Expositivo do 2º andar;

Preço: R$ 14,00 (inteira) e R$ 7,00 (meia) na bilheteria local do MIS (disponível apenas para o dia da visita). Toda terças-feira, a entrada é gratuita. Menores de 5 anos não pagam; Ingressos antecipados podem ser adquiridos pelo site e app da Ingresso Rápido e saem pelo custo de R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia);
Para mais informações, acesse o site oficial do MIS.

Adaptado do texto de Victor Aliaga. Confira a publicação original, clicando aqui