quinta-feira, 19 de abril de 2012

Akira na galeria

Se existe um cânone para história em quadrinhos, Akira deverá constar nele. Ou melhor, explodirá como uma bomba. Essa é a metáfora mais adequada para explicar a força da obra do artista japonês Katsuhiro Otomo, publicada de maneira serializada, de 1982 até 1990. Famosa também pela versão animada, feita pelo mesmo Otomo em 1988, que trouxe visibilidade mundial a uma trama de ficção científica, distopia, controle da mente, todas elas em torno de dois jovens rebeldes, imaturos e com poder de sobra nas mãos. Um sucesso que marcou muita gente (como a banda brasileira Killing Chainsaw, que usou um frame do filme na capa de um de seus discos).

Otomo criou outras obras influentes, como o mangá Domu, de temática similar, mas Akira é a mais marcante. A linguagem e estética (a inesquecível moto de Tetsuo), os temas, a construção da trama, são pontos fortes e distintos o bastante para serem influência em várias formas de arte até hoje.

Uma obra dessa porte merecia uma retrospectiva no mínimo decente, e agora tem. Criada para servir de entretenimento para sua cidade natal, Miyagi, a exibição GENGATEN virou um evento que irá circular o Japão inteiro, e todo o dinheiro arrecadado irá para a caridade. Os destaques, fora o número absurdo de originais (mais de 3.000), expostos em caixas acrílicas, são vários. Desde uma réplica da icônica motocicleta vermelha até um desenho do diretor Stanley Kubrick, vestido com a roupa de 2001: uma odisseia no espaço.

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