As histórias em quadrinhos são lidas por 30% dos leitores do País, segundo a 3ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada em 2011 e divulgada nesta quarta-feira, dia 28, pelo Instituto Pró-Livro (IPL). O dado representa um aumento em relação a 2007, quando eram 22%. As HQs ficam à frente até mesmo de textos escolares, de internet e de livros digitais, abaixo apenas de revistas, livros, jornais e livros didáticos em número de leitores.
O estudo tem como base uma amostra da população brasileira com 5 anos ou mais (173 milhões), dos quais 50% (88,2 milhões) são leitores (leram um ou mais livros nos três meses antecedentes à pesquisa). Os números refletem a penetração desse tipo de história em públicos de diversas faixas etárias e sustentam os argumentos de quem defende sua utilização em outros ambientes, como a escola.
Mais utilizados em aulas de português e interpretação, os quadrinhos também podem ser bons instrumentos na hora de transmitir ou revisar o conteúdo de outras áreas do conhecimento, como história, física, matemática e geografia. "O limite é a criatividade ou a imaginação do professor. Se você quer discutir uma questão de física, por exemplo, pode trabalhar alguma história de super-heróis", explica o coordenador do Observatório de Histórias em Quadrinhos da Universidade de São Paulo (USP), Waldomiro Vergueiro.
Uma das principais vantagens em trabalhar com HQs em sala de aula é a aproximação do professor com um universo já conhecido pelo aluno, além da dinamização da disciplina. Vergueiro ressalta que os estudantes já estão familiarizados com os quadrinhos, e o custo desse material é relativamente baixo, o que diminui as chances de desinteresse ou rejeição. Mas é preciso planejamento, pois a má aplicação do recurso pode prejudicar o aprendizado e provocar nos alunos até antipatia pelo meio, segundo o especialista. "O professor tem que se preparar. Existem métodos, técnicas, escolhas, seleção apropriada. São vários aspectos que devem ser considerados", adverte.
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