quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Jornalista com paralisia cerebral lança história em quadrinhos sobre deficientes


Fábio Fernandes tem 40 anos e paralisia cerebral. Ele não anda e não fala, mas se comunica através de mensagens digitais que escreve com os pés. Nada disso, porém, foi suficiente para impedi-lo de se formar em jornalismo e publicar a história em quadrinhos “Bim, um menino diferente”, lançado este ano pela editora Multifoco.

Trabalhando desde 1998 com o tema da inclusão social, Fábio é autor da primeira peça de teatro brasileira sobre o assunto, “O menino que falava com os pés”. Através deste e outros projetos, o jornalista concluiu que ainda é muito precária a produção cultural voltada para pessoas com deficiência. Em razão disso, nasceu o "Bim".

“De um modo geral, as pessoas que tem algum tipo de deficiência, sobretudo as que apresentam paralisia cerebral, são estigmatizadas socialmente. O Bim é o oposto dessa visão que a sociedade tem. O Bim é um garoto levado, peralta, que passa, sim, por situações de preconceito, mas que não perde a alegria e a vontade de viver”, diz Fábio à IMPRENSA.

A importância do público-alvo – crianças e jovens deficientes e não-deficientes do Brasil – foi o que motivou a escolha da mídia em quadrinhos para esse projeto. “Foi através do olhar desse garoto que eu pretendi construir uma narrativa nova, diferenciada, sobre um segmento da sociedade brasileira. Essas pessoas existem e não podemos ignorar a presença delas. [...] Eu quis mostrar com o Bim que é legal ter um coleguinha cadeirante”, afirma.

Fábio diz ainda que pretende levar as histórias do personagem para outras plataformas, especialmente a internet, mas que ainda aguarda parcerias para dar continuidade ao projeto.
 
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