sexta-feira, 21 de junho de 2019

QUADRINHOS: GÊNERO SE REINVENTA COM MAIOR USO NA EDUCAÇÃO E ABORDANDO TEMAS ADULTOS



Por Bernardo Almeida

Os exemplares tornaram o romance gráfico “Dom Casmurro de Machado de Assis” no livro mais requisitado por professores da rede pública de ensino dentro da vertente literária do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD Literário) em 2018, voltado para alunos da 1ª a 3ª séries do Ensino Médio.

A adaptação foi feita em 2011 pela editora Nemo – braço de histórias em quadrinhos da editora Autêntica – com ilustração de José Aguiar e roteiro de Wellington Srbek, que já havia adaptado “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, outro romance machadiano, um ano antes. 

Srbek frisa que a adaptação para as salas de aula não tem objetivo ou pretensão de substituir a original, publicada pela primeira vez em 1899. “Trata-se de uma releitura, homenagem que fazemos ao grande autor e à obra original”, diz. “Os quadrinhos têm grande apelo para o público jovem, e o diálogo entre imagens e palavras contribui para que os jovens mergulhem na narrativa, potencializando o despertar do interesse pela leitura e também a formação de novos leitores”, pondera. 

É a mesma compreensão do presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL), Bernardo Gurbanov. “Esse formato constitui uma porta de entrada para o mundo da leitura e da imaginação, um convite ao conhecimento”. 

Para Gurbanov, a “aproximação da literatura em forma simplificada e ilustrada é importante para os jovens que, muitas vezes, praticam um tipo de leitura fragmentada, não aprofundando o suficiente para ler obras mais consistentes, porque além de imaginação, a leitura requer o esforço da concentração”. 

A tática é ainda mais válida ao levar os jovens a buscar o texto original, garante Célia Abicalil Belmiro, pesquisadora do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da UFMG (Ceale). No entanto, ela destaca que é importante manter a essência da obra, apesar da linguagem mais acessível, que cativa o público. “Não fica bom quando o objetivo é facilitação, sem a preocupação com o pano de fundo e o enquadramento que se dá, porque aí você perde a densidade literária. Tão importante quanto a história em si é o modo como se conta essa história”, analisa.

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