segunda-feira, 28 de outubro de 2019

DOCUMENTÁRIO SOBRE FANZINE LEVANTA RECURSOS PARA FINALIZAR O TRABALHO



Visto como um dos grandes artefatos da literatura, o fanzine é uma produção de diversos conteúdos de forma artesanal que ganhou fama e virou moda na década de 1980. Para contar essa trajetória na região, o professor de língua portuguesa, João Francisco Aguiar, juntamente com os coletivos Z de Ribeirão Preto e Trem Cultural de Serrana, produz um documentário que passa pelas memórias dos fanzineiros da Alta Mogiana. 

Para poder finalizar o trabalho e lançá-lo na próxima edição da Feira do Livro de Ribeirão Preto, o professor, que se tornou fanzineiro aos 16 anos em Serrana, realiza uma vaquinha on-line para arcar com os custos de viagens, equipamento e equipe na gravação. O grupo tem artistas de várias cidades da região, como Franca, Sertãozinho, Cravinhos e Araraquara.

Suas primeiras aparições foram em 1930 nos Estados Unidos, quando clubes de ficção escreviam contos e crônicas e trocavam as histórias entre si. No Brasil, só apareceu na década de 1960 muito atrelado a história em quadrinhos na cidade de Piracicaba. Em Ribeirão, o fanzine ganhou sucesso através do pioneiro Arnaldo Junior e depois, na década de 1990, pelo jornalista Angelo Davanço, ambos entrevistados relatando suas histórias. 

Divulgado em shows de bandas de rock independentes e também pelos correios, o material era considerado uma mídia acessível aos iniciantes no mundo da música que queriam divulgar seu trabalho. Bandas como CPM22 e Raimundos iniciaram a divulgação de sua música e carreira através destas publicações.

"Uma banda tinha que divulgar seu trabalho, então ela lançava uma fita demo e mandava para produtores de fanzine ouvirem essas demos e produzirem a respeito. Então, quando uma pessoa consumia um fanzine na década de 1990 ela conhecia bandas novas", conta o produtor do documentário.

Com a chegada da internet, João compara o conteúdo do fanzine como o de um blog que abrange sobre qualquer assunto através de imagens, poemas, textos, entrevistas e recortes. Ele explica que o documentário vem para mostrar que o fanzine e sua produção artesanal continuam vivas até hoje. 

"O documentário tem um objetivo educacional, porque a minha intenção é trabalhar esse documentário nas escolas [...], mostrar para os alunos a origem do fanzine, a importância deles na década de 1990 e como o fanzine existe na atualidade", explica.

Adaptado do texto publicado no Cidade ON


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