Além de possibilitar a disseminação e a preservação
da língua terena de sinais, a história tem o propósito de evidenciar a cultura
e a história desse povo. De acordo com a universidade, todo o processo teve
acompanhamento de pesquisadoras que já desenvolviam atividades com os
terena. A comunidade indígena também teve participação ativa no
desenvolvimento e na validação da obra.
As ilustrações da HQ foram feitas por Julia Alessandra
Ponnick, que é acadêmica do curso de Design Gráfico da UFPR. A defesa do TCC
de Ivan de Souza está agendada para o final de março junto com o
lançamento oficial da história.
Sobre a História
Inspirada na história real do povo terena, a narrativa
apresenta a comunidade na época que ela ainda vivia nas Antilhas e era
designada pelo nome Aruák. A pajé Káxe, procurada por uma mulher em trabalho de
parto, ajuda no nascimento do pequeno Ilhakuokovo. A partir daí, a obra ilustra
um pouco da trajetória desses indígenas e da sua instalação no território
brasileiro. Buscando caminhos que levasse aos Andes, em meados do século XVI,
os espanhóis estabeleceram relações com os terena, à época chamados de Guaná,
na região do Chaco paraguaio. A chegada dos brancos acarretou muitas mudanças
nas vidas dos indígenas, que procuraram, durante certo período, locais onde
pudessem exercer seu modo de vida sem a influência da colonização.
HQs sinalizadas
O projeto da UFPR HQs Sinalizadas trabalha com
temas transversais dos artefatos da cultura surda – história, língua, cultura e
saúde. O objetivo é criar, aplicar e analisar histórias em quadrinhos
sinalizadas como uso de sequências didáticas bilíngues para o ensino de surdos.
Além da elaboração de materiais bilíngues capazes de auxiliar na aprendizagem,
a proposta permite aprofundar os estudos linguísticos como prática social.
Todas as HQs produzidas pelo grupo apresentam vídeos sinalizados, desenhos,
ilustrações e escrita do português.
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Texto publicado originalmente por Patrícia Patrocínio no site Mercadizar, no dia 19 de março de 2021.
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