domingo, 13 de maio de 2007

I Seminário sobre quadrinhos, leitura e ensino: resumos e mesas

18 de maio de 2007

Manhã: 8:00 – 11:30

Mesa I – As Histórias em quadrinhos e a produção literária.
Projeto Gibiteca na Escola: abrindo novos caminhos para a aprendizagem
Natania Nogueira (E M Judith Lintz Guedes Machado)
O trabalho consista no relato de experiência da Escola Municipal Judith Lintz Guedes Machado, que investiu na formação de uma gibiteca na escola com a finalidade de trabalhar a questão da leitura e da escrita, além de desenvolver a criatividade dos estudantes e integrar o corpo docente através da troca de experiências e da elaboração de mini-projetos. A apresentação se resumirá aos passos tomados pela professora e colegas para montar a gibiteca e as perspectivas de trabalho que sugiram a partir dela.

A Charge delineando a História Sócio-política do Brasil
Octavio Aragão (UFES)
A apresentação analisa as várias transformações no cenário político e social brasileiro por intermédio das charges publicadas em jornais do Rio de Janeiro e de São Paulo durante o século XX, culminando com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, em 2002. De Angelo Agostini a Chico Caruso, de Raphael Bordallo e Cândido Faria a Aroeira e Angeli, passando por J. Carlos, Belmonte, Lan, Ziraldo, Millôr Fernandes, Henfil e Jaguar, cada um deles - com sua variedade estilística - retrata, interpreta e, às vezes influencia, a maneira de ver as transformações pelas quais o Brasil passou nos últimos cem anos, compondo um mosaico no qual o público nem sempre é apenas espectador passivo, mas peça fundamental na construção narrativa e no exercício de um diálogo democrático e hilariante entre as classes sociais e o Poder instituído

Oficina da Literatura em Quadrinhos
Por Patati
Adaptações de textos importantes da literatura brasileira e internacional têm sido realizados em quadrinhos e têm estimulado o contato dos jovens com as letras. Desde as adaptações de clássicos brasileiros como IRACEMA, MENINO DE ENGENHO, e A MURALHA feitas pela EBAL, nos anos 50, até o encontro de Fernando Pessoa com os Piratas do Tietê, nos anos 90, há em nosso país um diálogo fértil entre quadrinhos e literatura. O atual momento vê o ressurgimento dessa prática com o lançamento de contos diversos e até mesmo de uma versão de O ALIENISTA. Forneceremos:
- Um panorama do acervo existente e discussão do seu potencial divulgador de conteúdos, com perspectivas do uso didático dos quadrinhos. O seu uso como estimulador da leitura.
- Uma comparação das características das adaptações e as estratégias de realização que são possíveis, levando em conta o respeito às características inerentes a cada mídia.
- Amostra do exercício de criatividade que pode ser o desafio à adaptação, por parte de alunos informados acerca das possibilidades expressivas das duas mídias em questão.

Tarde: 13:30 às 17:30

Mesa II - Os quadrinhos na sala de aula
Histórias em Quadrinhos e ambiente escolar: convergências e divergências - Waldomiro Vergueiro (ECA/USP)
As histórias em quadrinhos podem constituir um valioso instrumento para a educação, ajudando a aprofundar conteúdos específicos, criando um ambiente mais leve de ensino, possibilitando a interação das diversas disciplinas. No entanto, fruto de décadas de afastamento desse ambiente, a aplicação dos quadrinhos na educação ocorre ainda de forma tímida e nem sempre muito apropriada no país. Professores e alunos muitas vezes têm dificuldade para a correta utilização desse recurso em sala de aula, aproveitando muito pouco do que ele pode possibilitar. Assim, à luz de algumas propostas de aplicação dos quadrinhos em ambiente escolar, pretende-se sugerir e discutir alternativas que possibilitem ampliar o benefício que a linguagem gráfica seqüencial pode oferecer ao processo educativo.

Histórias “em quadrinhos” na sala de aula: promovendo a interdisciplinaridade e aplicando conceitos - Valéria Fernandes da Silva (UnB/Colégio Militar de Brasília)
Lecionar História é sempre um desafio quando os alunos e alunas não conseguem perceber o sentido prático naquilo que estão estudando. Conceitos parecem abstratos demais, acontecimentos parecem fora da realidade da média dos adolescentes. Nesse sentido o desenvolvimento de um trabalho que una os quadrinhos e os conteúdos aprendidos em sala de aula tem dado bons frutos, pois permite a materialização dos conceitos, o desenvolvimento das habilidades artísticas, assim como de leitura e construção de textos. Em nossa comunicação pretendemos comentar a experiência do projeto História “Em Quadrinhos”, desenvolvido com os alunos da 7ª série do Colégio Militar de Brasília, assim como as possibilidades de construir HQs que unam o lúdico, a pesquisa fora de sala de aula e os conceitos aprendidos nas aulas de História, permitindo ao educando o exercício da criatividade e da liberdade.

Charge, meio ambiente e educação
Arthur Soffiati (UFF)
A crise ambiental da atualidade, de natureza antrópica e planetária, transformou-se em assunto de reflexão para a filosofia, para a ciência e para as artes. Na literatura, na música popular, nas artes visuais e nos quadrinhos o tema aparece com freqüência. Progressivamente, as manifestações da crise passaram a ser retratadas por chargistas. Borjalo e Henfil foram os pioneiros. Aos poucos, a questão foi conquistando Cláudio Paiva, Nanni, Claudius, Erthal, Caulos, Millôr Fernandes, Aroeria, Miguel Paiva, Juarez Machado, Angeli e vários outros. Bem trabalhadas, estas charges podem constituir excelente material pedagógico para analisar o aquecimento global, a poluição em todas as suas formas, a contaminação dos alimentos, o desmatamento, o uso de agrotóxicos, o empobrecimento da biodiversidade, a defesa do meio ambiente etc, tudo de uma forma crítica.

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