As histórias em quadrinhos têm super-heróis com poderes capazes de combater o mal. No final da aventura, o mocinho se dá bem e o bondade sempre vence. Mas no mundo dos quadrinhos orientais não funciona bem assim. Vindo de uma tradição secular, os mangás despontaram pelo planeta em meados da década de 1970, e se tornaram a maior indústria de quadrinhos do mundo. Só no Brasil, são vendidos mais de 420 mil exemplares ao ano.
Em 2011, o mangá mais popular alcançou a cifra de 180 milhões de cópias vendidas, número digno de um fenômeno do entretenimento. Nada mal para uma vertente de HQ que vai contra o american way of life ao qual os leitores estavam acostumados, e aposta em ilustrações mais artísticas, com menos cor, e histórias que, muitas vezes, passam longe do politicamente correto. “Os personagens são muito mais humanizados, mais realistas, diferentes dos americanos, que são idealizados.
Nos mangás, eles erram, são meio anti-heróis. Têm conflitos densos, usam drogas, tomam decisões egoístas. Então acompanhar a história deles é vê-los crescer também como pessoa, amadurecer. Esse tipo de narrativa aproxima os personagens do nosso mundo, mesmo que eles venham do Japão, e a gente os leia aqui em Belém”. As palavras da estudante de ciências sociais Camila Sousa, 20 anos, parecem sintetizar um dos segredos do sucesso do quadrinho oriental no ocidente. Assim como quase todos de sua geração, o contato com os mangás veio a reboque de outra febre: os animes.
Quem foi moleque em meados da década de 80 para os anos 90, não escapou aos desenhos barulhentos, com muita luta e cheio de personagens de olhos bem arregalados. Os animes invadiram a tela da tevê aberta brasileira e popularizaram os heróis japoneses. Porta aberta para o universo que é a cultura pop oriental. “Desde criança eu acompanhava animes como Pokémon e Dragon Ball na televisão aberta”, diz Rafael Cabral, 19 anos, estudante de arquitetura.
Em Belém, blog se tornou reduto de fãs
“Eu comprava revistas como a Ultra Jovem e a Neo Tokyo para saber das novidades dos mangás e animes, colecionava pôsteres”, lembra Rafael. “Já adolescente o meu interesse foi aumentando e eu fui procurando conhecer cada vez mais esse universo, até descobrir que aqui eram realizados eventos voltados à cultura pop oriental. Hoje eu escuto música pop coreana, assisto animes, frequento eventos, faço cosplay e me considero um otaku (fã)”, diz Rafael Cabral, 19 anos, estudante de arquitetura, que, ao lado de Camila e Michelle Barreto, administra o blog belemotaku.blogspot.com.
Dedicado à cultura pop oriental, o blog surgiu em 2010. Além de colunas e notícias, o blog disponibiliza a agenda e a cobertura de eventos que abordam temas como anime, mangá e cosplay – quando fãs se fantasiam como os personagens. Entre as principais programações realizadas em Belém, estão o Animazon Connection e o Otaku No Matsuri, que acontecem anualmente.
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