Pessoal, entre pos dias 05 e 08 de novembro eu estive participando do VII EDUCERE: SABERES DOCENTES - Edição Internacional, na cidade de Curitiba (PR), promovido pela PUC/PR. Detalhes mesmo sobre o encontro, eu darei no meu outro blog, Brasil: história e ensino, em breve. No momento, vou me limitar a falar da minha modesta participação. Apresentei uma comunicação sobre a Gibiteca, que foi publicada nos anais eletrônicos. É muito bom ter a oportunidade de poder divulgar para outros educadores o trabalho que estamos fazendo aqui na E. M. Judith Lintz Guedes Machado, e muito mais gratificante saber que ele foi bem recebido. Não posso deixar de agradece á Secretaria Municipal de Educação, que nos forneceu a oportunidade de estar no encontro.
Bom, mas, indo direto ao que interessa, vou disponibilizar no blog algumas partes do meu texto. Caso alguém se interesse pelo texto completo, entre em contato comigo pelo e-mail da Gibiteca.
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A GIBITECA COMO FORMA DE INTEGRAÇÃO ESCOLAR
Criar a Gibiteca foi, antes de mais nada, um exercício de integração. Toda a escola se envolveu no projeto. Alunos, professores, direção, funcionários da limpeza, especialistas e funcionários técnico-administrativos. O processo de instalação da gibiteca durou cerca de um ano. Primeiro conseguimos o espaço físico, depois começamos a pedir e receber doações de HQ’s. As doações foram feitas por colecionadores particulares, professores, alunos, gibitecas[1] e editoras. Por época da inauguração, em 11 de maio de 2007, tínhamos um acervo aproximado de 1600 exemplares, em vários formatos e gêneros.
Mas não basta simplesmente criar o espaço na escola, é preciso também mostrar que ele é funcional e que pode ajudar no trabalho de todos os professores. Por esta razão organizamos o I Seminário sobre Quadrinhos, Leitura e Ensino[2]. O Seminário foi organizado pela escola com o apoio da Secretaria Municipal de Educação, tendo como público-alvo professores da educação infantil e do ensino fundamental. O objetivo era demonstrar que o uso das histórias em quadrinhos podia ser um caminho para o processo de ensino/aprendizagem e que elas poderiam ser usadas em todos os conteúdos, não sendo apenas prerrogativa das séries iniciais. O seminário atendeu a 230 professores das redes municipal de ensino de Leopoldina, pública e privada de Leopoldina..
A Gibiteca é um apoio para o professor que deseja diversificar as suas aulas. Ela não garante por si só o êxito do aluno, mas ela fornece a ele a possibilidade de ampliar seus horizontes e de desenvolver sua capacidade de ler. Por outro lado, ela também age diretamente na auto-estima dos professores. Eles passam a dar mais valor ao seu trabalho e a se sentirem também valorizados. O professor redescobre o prazer da leitura e, também, o prazer de ser um profissional do ensino, um educador.
O acervo diversificado permite que a gibiteca seja um grande laboratório de ensino/pesquisa. Possui HQ’s de vários gêneros (humor, suspense, históricas, ficção fantástica, etc.) e até raridades como o Gibi n. 01 e diversas HQ’s da EBAL, publicadas na década de 1970. Os alunos, principalmente as crianças dos anos iniciais, sentem-se atraídos pelo ambiente despojado e alegre da gibiteca, onde eles podem desenhar, deitar no tapete em meio a almofadas e transformar a leitura numa forma prazerosa de lazer. Para os adolescentes, ela se torna igualmente um lugar de descontração, principalmente para meninos e meninas que gostam de desenhar e usam o desenho como uma forma de expressão de seus sentimentos e suas idéias. As HQ’s estimulam esta habilidade e acabam transformando o desenhista em leitor.
A gibiteca age como um canalizador de sonhos. Ela transporta os leitores a um mundo de fantasia do qual ele estava até então alienado. Muitas de nossas crianças nunca tiveram em sua casa uma HQ. Entre os adultos que estudam no EJA (Educação para Jovens e Adultos) poder ler uma história em quadrinho na escola é muitas vezes vivenciar uma atividade da qual foram excluídos durante sua infância, seja por motivos econômicos, seja pela cultura familiar ou simplesmente por não saberem ler e escrever.
Em um artigo intitulado “Educar é fazer sonhar”[3] Francisco CARUSO e Maria Cristina Silveira de FREITAS afirmam que educar depende da capacidade de fazer o aluno sonhar e afirmam que despertar nele a criatividade é a melhor forma de prepará-lo para os desafios da vida, pois no mundo moderno ela é necessária para a sobrevivência. Atrevo-me a acrescentar que, além de fazer o aluno sonhar, é preciso fazer o professor sonhar junto com ele.
[1] A Gibiteca da USP, através do professor Waldomiro Vergueiro fez importantes doações para a Gibiteca Escolar, ainda no ano de 2006.
[2] O I Seminário sobre Quadrinhos, Leitura e Ensino foi realizado no dia 18 de maio de 2007 e teve a participação dos professores: Waldomiro Vergueiro (USP), Octavio Aragão (UFES), Arthur Soffiat (UFF) e Valéria Fernandes (Colégio Militar de Brasília).
[3] CARUSO, Francisco, FREITAS, Maria Silveira de. Educar é fazer sonhar. Princípios, São Paulo, Vol. 83, p., 2006.
Criar a Gibiteca foi, antes de mais nada, um exercício de integração. Toda a escola se envolveu no projeto. Alunos, professores, direção, funcionários da limpeza, especialistas e funcionários técnico-administrativos. O processo de instalação da gibiteca durou cerca de um ano. Primeiro conseguimos o espaço físico, depois começamos a pedir e receber doações de HQ’s. As doações foram feitas por colecionadores particulares, professores, alunos, gibitecas[1] e editoras. Por época da inauguração, em 11 de maio de 2007, tínhamos um acervo aproximado de 1600 exemplares, em vários formatos e gêneros.
Mas não basta simplesmente criar o espaço na escola, é preciso também mostrar que ele é funcional e que pode ajudar no trabalho de todos os professores. Por esta razão organizamos o I Seminário sobre Quadrinhos, Leitura e Ensino[2]. O Seminário foi organizado pela escola com o apoio da Secretaria Municipal de Educação, tendo como público-alvo professores da educação infantil e do ensino fundamental. O objetivo era demonstrar que o uso das histórias em quadrinhos podia ser um caminho para o processo de ensino/aprendizagem e que elas poderiam ser usadas em todos os conteúdos, não sendo apenas prerrogativa das séries iniciais. O seminário atendeu a 230 professores das redes municipal de ensino de Leopoldina, pública e privada de Leopoldina..
A Gibiteca é um apoio para o professor que deseja diversificar as suas aulas. Ela não garante por si só o êxito do aluno, mas ela fornece a ele a possibilidade de ampliar seus horizontes e de desenvolver sua capacidade de ler. Por outro lado, ela também age diretamente na auto-estima dos professores. Eles passam a dar mais valor ao seu trabalho e a se sentirem também valorizados. O professor redescobre o prazer da leitura e, também, o prazer de ser um profissional do ensino, um educador.
O acervo diversificado permite que a gibiteca seja um grande laboratório de ensino/pesquisa. Possui HQ’s de vários gêneros (humor, suspense, históricas, ficção fantástica, etc.) e até raridades como o Gibi n. 01 e diversas HQ’s da EBAL, publicadas na década de 1970. Os alunos, principalmente as crianças dos anos iniciais, sentem-se atraídos pelo ambiente despojado e alegre da gibiteca, onde eles podem desenhar, deitar no tapete em meio a almofadas e transformar a leitura numa forma prazerosa de lazer. Para os adolescentes, ela se torna igualmente um lugar de descontração, principalmente para meninos e meninas que gostam de desenhar e usam o desenho como uma forma de expressão de seus sentimentos e suas idéias. As HQ’s estimulam esta habilidade e acabam transformando o desenhista em leitor.
A gibiteca age como um canalizador de sonhos. Ela transporta os leitores a um mundo de fantasia do qual ele estava até então alienado. Muitas de nossas crianças nunca tiveram em sua casa uma HQ. Entre os adultos que estudam no EJA (Educação para Jovens e Adultos) poder ler uma história em quadrinho na escola é muitas vezes vivenciar uma atividade da qual foram excluídos durante sua infância, seja por motivos econômicos, seja pela cultura familiar ou simplesmente por não saberem ler e escrever.
Em um artigo intitulado “Educar é fazer sonhar”[3] Francisco CARUSO e Maria Cristina Silveira de FREITAS afirmam que educar depende da capacidade de fazer o aluno sonhar e afirmam que despertar nele a criatividade é a melhor forma de prepará-lo para os desafios da vida, pois no mundo moderno ela é necessária para a sobrevivência. Atrevo-me a acrescentar que, além de fazer o aluno sonhar, é preciso fazer o professor sonhar junto com ele.
[1] A Gibiteca da USP, através do professor Waldomiro Vergueiro fez importantes doações para a Gibiteca Escolar, ainda no ano de 2006.
[2] O I Seminário sobre Quadrinhos, Leitura e Ensino foi realizado no dia 18 de maio de 2007 e teve a participação dos professores: Waldomiro Vergueiro (USP), Octavio Aragão (UFES), Arthur Soffiat (UFF) e Valéria Fernandes (Colégio Militar de Brasília).
[3] CARUSO, Francisco, FREITAS, Maria Silveira de. Educar é fazer sonhar. Princípios, São Paulo, Vol. 83, p., 2006.
Fonte: NOGUEIRA, Natania. Gibiteca: ensino, criatividade e integração escolar. In: Anais do VII Congresso Nacional de Educação - EDUCERE - Saberes docentes. Curitiba: Champagnat, 2007, p. 174-186
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