Esta data foi criada em homenagem à primeira publicação de quadrinhos no Brasil, em 1869: “As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte” foi escrita e O personagem desta primeira HQ era um caipira, que, hoje, um dos símbolos da cidade de Piracicaba (SP). A história, contada em nove páginas duplas e com todas as características de quadrinho.
O marco oficial da criação da primeira HQ é dos americanos, com o Yellow Kid (o Menino Amarelo) de Richard Outcault, em 1895, mas apesar dos norte-americanos se considerarem os criadores deste gênero narrativo, as HQs já existiam em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.
Sobre autor da primeira HQ brasileira
Angelo Agostini nasceu no ano de 1843 em Vercelli, no Piemonte (Itália) e passou a infância e a adolescência em Paris. Veio ao Brasil (São Paulo) quando tinha 16 anos acompanhado da mãe, que era cantora lírica e estava em turnê. Em 1864, quando começou a desenhar para a revista O Diabo Coxo. Em 1867, muda-se para o Rio de Janeiro, onde foi o fundador e, em muitos casos, diretor dos mais importantes jornais e revistas ilustradas no período de 1864 a 1903: O Cabrião, A Vida Fluminense, O Mosquito, Revista Ilustrada e Don Quixote. Agostini conseguiu a cidadania brasileira em 1888.
Agostini também foi o inventor da “revista em quadrinhos” no brasileira: devido ao grande sucesso de Zé Caipora (considerado o primeiro personagem de longa duração criado no Brasil). Seu personagem ainda inspirou músicas e chegou a virar filme. Agostini também participou da fundação da mais importante revista infantil brasileira, O Tico-Tico, para a qual fez algumas ilustrações.
Angelo Agostini esteve à frente de sua época, criou um estilo, influenciou e tornou a caricatura, a sátira política e os quadrinhos parte de nossa nascente imprensa. Por esses feitos, o dia 30 de janeiro ficou instituído como o Dia do Quadrinho Nacional.
Sobre a primeira HQ
Nhô-Quim contava a história de um caipira rico e ingênuo, que vai à corte, acaba se perdendo e se envolve em todo tipo de trapalhadas. A história mostrava o conflito entre a cultura rural e urbana. É uma história hilariante, onde o autor procura fazer críticas aos problemas enfrentados na cidade, aos modismos e costumes da sociedade da época, além de aproveitar para fazer sua costumeira critica política (Agostini era republicano e não perdia oportunidade para criticar a monarquia).
Recentemente foi lançado um álbum com os principais trabalhos com quadrinho de Ângelo Agostini As Aventuras de Nhô-Quim & Zé Caipora: os primeiros quadrinhos brasileiros 1869-1883, Senado Federal, organizado pelo jornalista e pesquisador Athos Eichler Cardoso.
Como estão os quadrinhos no Brasil?
No Brasil, os quadrinhos ainda lutam para serem reconhecidos como uma forma séria de fazer arte e literatura. Algumas conquistas vieram, como a entrada dos quadrinhos nas escolas, através do MEC, prêmios como o Trofeu Angelo Agostini e o HQ Mix, etc. Mas ainda não há espaço para nossos quadrinistas revelarem seu talento e mostrarem suas propostas. Para muitos, a Internet ainda é a melhor forma de divulgação. Poucas são as editoras, como a Marca Fantasia, por exemplo, que dão chances aos talentos nacionais. As grandes editoras brasileiras estão, aos poucos, reduzindo os títulos que chegam as bancas. Podemos citar nomes como Maurício de Sousa, Antônio Cedraz e Ziraldo, que conseguiram abrir espaço para sua produção, mas eles são exceções. O site Almanaque Brasil fez uma maréria muito legal, sobre os dia nacional dos quadrinhos. Para dar uma espiada, clique aqui
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