O ensino de química para alunos da rede estadual de ensino público tornou-se mais divertido. Isso porque a partir de 2015 o PET- Programa de Educação Tutorial do curso de Química – do campus Poeta Torquato Neto, passou a usar histórias em quadrinhos como meio didático para facilitar a compreensão da disciplina, considerada por muitos como uma das mais difíceis do ensino médio. O projeto, coordenado até então pelo pró-reitor da Prop, Geraldo Eduardo da Luz, já lançou três edições.
O PET foi implantado no curso de química em 2010 e funciona fisicamente no Laboratório de Metodologias de Ensino (Lamec), do CCN Uespi. O programa é responsável pela implantação de novas praticas no ensino como jogos educativos, experimentos, kits experimentais de baixo custo para o ensino de química, análise de livros didáticos de forma a orientar melhor os professores de educação básica na elaboração e planejamento das aulas.
A mais recente das alternativas propostas pelo programa foi a revista “Mundo dos Elementos”, em forma de quadrinhos. Segundo o pró-reitor Geraldo Eduardo, que é docente do curso de Química, os próprios alunos são os responsáveis tanto pelo roteiro quanto pelos desenhos, além de jogos e outras interações também presentes nas edições. A primeira edição abordou a tabela periódica, a segunda teve como foco a utilização de vidrarias de laboratório, e a terceira aborda questões gerais, tais como funções inorgânicas, sais, bases, cálculo estequiométrico e outros assuntos.
“Já colhemos resultados, eles estão inseridos numa dissertação de mestrado de um aluno de pós-graduação em química da UFPI. Ele tem mostrado que as revistas em quadrinhos aumentam a atenção dos alunos e o desejo deles por aprender química. Por ser uma atividade também lúdica, tem uma história e todo o enredo que os envolve, e durante esse processo eles vão aprendendo a química”, relata Geraldo. De acordo com o pró-reitor, além da história a revista também contém cruzadas, questionários, indicações de pesquisas, sites, livros, revistas, para que o aluno conheça mais a respeito do tópico que está sendo abordado dentro da edição.
Para o graduado João Ferreira da Cruz Filho, a experiência foi significativa: “Pra mim foi gratificante porque aprendi a fazer a produção das revistas, a como converter o assunto em química para dentro da metodologia, e a como fazer a interdisciplinaridade da revista com o assunto de química pra apresentar em sala de aula”, relata. Segundo ele o fato de levar o assunto desta forma facilita o aprendizado: “Isso virtualiza o processo, a revista em quadrinhos torna mais elucidativa pra eles os assuntos, que são muito abstratos, e como é uma leitura mais descontraída, o assunto de química fica impregnado como uma interpretação”, finaliza.
Acesse aqui e conheça a revista “Mundo dos Elementos”.
Bolsa de Produtividade
O pró-reitor Geraldo Eduardo da Luz coordena o PET desde 2010, mas terá que se afastar agora em 2016 em virtude da aprovação de uma bolsa de produtividade do CNPq. Segundo o pró-reitor, já está em vigor o edital para que outro professor de Química do curso possa substituí-lo e passar pela experiência como coordenador do projeto.
A bolsa aprovada é uma espécie de reconhecimento do CNPq pela produção acadêmica dos pesquisadores, o foco principal é a produção científica, mas leva-se em consideração também a contribuição administrativa para a ciência. “O pesquisador, ao aprovar a bolsa, torna-se um consultor do CNPq, e institucionalmente isso é importante porque a grande maioria dos comitês de área do CNPq exige que nas propostas de submissão de novos cursos de mestrado ou doutorado existam pelo menos dois bolsistas de produtividade compondo o corpo docente do programa”, pontua.
Ainda de acordo com o pró-reitor, na área da Química são necessários pelo menos dois bolsistas para que o curso possa pleitear um mestrado ou doutorado. “Além disso há faixas específicas de editais no CNPq que só esses bolsistas podem concorrer, o que aumenta a capacidade da universidade de por meio dos seus pesquisadores captar recursos para o desenvolvimento científico e tecnológico”, finaliza.