terça-feira, 13 de maio de 2008

Professores do Estado de São Paulo terão aula de Mangá e Haiku

Treinamento faz parte das comemorações do centenário da imigração japonesa

A Secretaria de Estado da Educação está com inscrições abertas para professores que queiram aprender a história e a arte milenar do Mangá e Haiku, técnicas japonesas de desenho e poemas. O treinamento faz parte das comemorações do centenário da imigração japonesa no País.

Para participar, basta procurar sua respectiva Diretoria de Ensino. O conteúdo oferecido ficará a cargo de Alexandre Nagato, especialista em Mangá, e de Teruko Oda, autora de livros sobre Haicais (poemas).

Mangá
Assim são chamadas as histórias em quadrinhos japonesas, que possuem seus traços específicos, com ênfase nas expressões faciais para distinguir o emocional das personagens os mangás também possuem uma caracterização e uma escala, que distingue os desenhos mais infantis até chegar nas ilustrações feitas para adultos.

Vários mangás dão origem a animes para exibição na televisão, em vídeo ou em cinemas, mas também há o processo inverso em que os animes tornam-se uma edição impressa de história em seqüência ou de ilustrações.

Os mangás têm suas raízes no período Nara (século VIII d.C.) com a aparição dos primeiros rolos de pinturas japonesas: os emakimono. Eles associavam pinturas e textos que juntos contavam uma história à medida que eram desenrolados. O primeiro desses emakimono, o Ingá Kyô, é a cópia de uma obra chinesa e separa nitidamente o texto da pintura.

A partir da metade do século XII, surgem os primeiros emakimono com estilo japonês, do qual o Genji monogatari emaki é o representante mais antigo conservado, sendo o mais famoso o Chojugiga, atribuído ao bonzo Kakuyu Toba. No período Edo, em que os rolos são substituídos por livros, as estampas eram inicialmente destinadas à ilustração de romances e poesias, mas rapidamente surgem livros para ver em oposição aos livros para ler, antes do nascimento da estampa independente com uma única ilustração: o ukiyo-e no século XVI.

Os mangás não tinham, no entanto, sua forma atual que surge no início do século XX sob influência de revistas comerciais ocidentais, provenientes dos Estados Unidos. Sob ocupação americana após a Segunda Guerra Mundial, os mangakas, como os desenhistas são conhecidos, sofrem grande influência das histórias em quadrinhos ocidentais da época, traduzidas e difundidas em grande quantidade na imprensa cotidiana.

É então que um artista influenciado por Walt Disney revoluciona esta forma de expressão e dá vida ao mangá moderno: Osamu Tezuka. As características faciais semelhantes aos dos desenhos de Disney onde olhos, boca, sobrancelhas e nariz são desenhados de maneira bastante exagerada para aumentar a expressividade dos personagens, o que tornou sua prolífica produção possível. É ele quem introduz com exatidão os movimentos nas histórias através de efeitos gráficos, como linhas que dão a impressão de velocidade ou onomatopéias que se integram com a arte, destacando todas as ações que comportassem movimento, mas também, e acima de tudo, pela alternância de planos e de enquadramentos como os usados no cinema. As histórias ficaram mais longas e começaram a ser divididas em capítulos.

Para os japoneses as histórias em quadrinhos são leitura comum de uma faixa etária bem mais abrangente do que a infanto-juvenil; a sociedade japonesa é ávida por leitura e em toda parte vê-se desde adultos até crianças lendo as revistas. Portanto, o público-consumidor é muito extenso, com tiragens na casa dos milhões e o desenvolvimento de vários estilos para agradar a todos os gostos.

Por isso os mangás são comumente classificados de acordo com seu público-alvo. Histórias onde o publico alvo são meninos — o que não quer dizer que garotas não devam lê-los — são chamados de shounen (garoto jovem, adolescente, em japonês) e tratam normalmente de histórias de ação, amizade e aventura. Histórias que atualmente visam meninas são chamados de shoujo (garota jovem em japonês) e têm como característica marcante as sensações e sensibilidade da personagem e do meio (também existem garotos que leêm shojo pois existem shoujos com bastante ação e luta).

Além desses, existe o gekigá, que é uma corrente mais realista voltada ao público adulto (não necessariamente são pornográficos ou eróticos) e ainda os gêneros seinen para homens jovens e josei para mulheres. Os traços típicos encontrados nas histórias cômicas (olhos grandes, expressões caricatas) não são encontrados nessa última corrente. Existem também os pornográficos, apelidados hentai. As histórias yuri yaoi (ou Boys Love) trata da relação amorosa entre dois homens, mas ambos não possuem necessariamente cenas de sexo explícito. abordam a relação homossexual feminina e


Haiku
Conhecido no Brasil como haikai, são poemas de três versos, tercetos, cuja origem remonta ao período feudal japonês e sua característica e expressar sensações e impressões da natureza com o mínimo de palavras.

O haiku deriv
a duma forma anterior de poesia, em voga no Japão entre os séculos IX e XII, designada por tanka; tinha 5 versos, de 5 e 7 sílabas, que tratavam temas religiosos ou ligados à corte. No século XV, os muitos concursos de poesia tanka deram origem a um jogo de escrita de longos poemas: a primeira estrofe, de 3 versos (com 5, 7 e 5 sílabas), era sugerida por um poeta e as restantes iam surgindo e associando-se, num jogo competitivo entre vários poetas. Este tipo de poesia era a renga, de temática clássica, e os primeiros três versos (os mais importantes, pois serviam de mote) designavam-se por hokku. No século XVI, tornou-se mais popular o haikai-renga, de temática humorística. Rapidamente a estrofe inicial de 3 versos acabou por se tornar uma forma independente de poesia. Mas só no século XIX, o mestre Masaoka Shiki lhe atribuiu um nome: haiku (pela junção das palavras haikai e hokku).

Basicamente, o haiku define-se como uma forma poética que, quanto à forma, tem três versos curtos e, quanto ao conteúdo, expressa uma percepção da natureza. Os três versos (sem rima) apresentam, respectivamente, 5, 7 e 5 sílabas métricas japonesas. A métrica japonesa assenta essencialmente no elemento duração: por exemplo, a palavra Bashô, metricamente tem três sílabas ou unidades de som, porque o /o/ final é longo.

Exemplo de Haiku


"mittsu no ashi
shikashi yattsu no hane
yatagarasu ga mottekite
otaiyou to shiawase"


Em tradução livre:

"o corvo de três patas
mas oito penas
voa trazendo o sol
e alegrias pequenas"

Os professores poderão acompanhar a vídeo-conferência em todas as Diretorias de Ensino ou via qualquer computador, pelo link: www.rededosaber.sp.gov.br

Fontes:
http://www.pindavale.com.br/100anosjapaobrasil/default.asp?id=3809&cod=33
http://www.prof2000.pt/users/secjeste/mmanuelr/hjapao.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mang%C3%A1

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