As Leis mais importantes de um país, as normas que regem um Estado, estão registradas em sua Constituição, e é importante que o cidadão comum conheça seus direitos. Para atender a essa necessidade, o Curso Prime, em parceria com o Estúdio AMX-2, lançaram a revista Direito Constitucional em Quadrinhos.
A iniciativa conta com a experiência de LC Braga com projetos de desenvolvimento de mídias para uso na educação a distância, dentre elas a produção de quadrinhos, além do talento do cartunista JJ Marreiro e a expertise da professora Malu Aragão sobre o assunto. A primeira edição aborda as liberdades constitucionais.
A versão impressa está disponível para venda nas sedes do Curso Prime, em Fortaleza/CE, nos seguintes endereços: Rua Maria Tomásia, 22, Aldeota (tel: 85-3208-2222) ou Avenida do Imperador, 1068, Centro (85-3208-2220).
Já a versão digital em PDF pode ser adquirida diretamente no site oficial do curso (clique aqui).
A revista foi pensada para aproximar a legislação do público em geral, ao passo que faz uso de recursos e artifícios facilitadores da aprendizagem para encantar qualquer leitor, e não apenas os concurseiros.
As Leis existem para organizar o convívio social, para harmonizar o trato entre homens e instituições, e este projeto foca na aprendizagem de conteúdos de modo envolvente e lúdico. Usando técnicas de ensino, o texto constitucional deixa de ser frio e sem vida, tornando-se interessante sem modificar uma palavra original da Carta Magna.
Por Claudia Varella, originalmente
publicado em 21 de outubro no UOL
Combater o preconceito sofrido por
mulheres que se tornam empresárias. Este é o tema central da história em
quadrinhos (HQ) "Liana - Farmácia-Maravilha", em "Liana contra o monstro
pavoroso".
Esta e outras duas histórias em
quadrinhos online —"Pedro Parque - Loja Teia da Moda" e "Beto
Comerine - Restaurante Garras Mantium"— foram lançadas pelo Sebrae para
dar noções de empreendedorismo ao público infantil. O objetivo é, segundo o
Sebrae, "estimular na criança a imaginação e desenvolver a criatividade,
de maneira leve e divertida".
As HQs abordam alguns obstáculos
enfrentados pelos empreendedores no dia a dia, como dificuldades na gestão
financeira da empresa, e as principais qualidades que precisam ser aprimoradas
para quem sonha em ter o próprio negócio, como criatividade, responsabilidade e
inovação.
Nas histórias, os empreendedores são
retratados como super-heróis (os "empreenderóis") que desenvolvem a
força e a capacidade de enfrentar seus inimigos. Foram inspiradas em histórias
reais, vividas no dia a dia por empreendedores, segundo o Sebrae.
Conheça as três histórias:
"Pedro Parque - Loja Teia da
Moda", em "Pedro Parque x Despesona, a
terrível", conta a história de um jovem empresário que descobre
as habilidades para se diferenciar da concorrência.
"Liana -
Farmácia-Maravilha", em "Liana contra o monstro
pavoroso", o tema central é o enfrentamento contra o
preconceito sofrido por mulheres que se tornam empresárias.
Visto como um dos grandes artefatos da literatura,
o fanzine é uma produção de diversos conteúdos de forma artesanal que ganhou
fama e virou moda na década de 1980. Para contar essa trajetória na região, o
professor de língua portuguesa, João Francisco Aguiar, juntamente com os
coletivos Z de Ribeirão Preto e Trem Cultural de Serrana, produz um documentário
que passa pelas memórias dos fanzineiros da Alta Mogiana.
Para poder finalizar o trabalho e lançá-lo na
próxima edição da Feira do Livro de Ribeirão Preto, o professor, que se tornou
fanzineiro aos 16 anos em Serrana, realiza uma vaquinha on-line para arcar com os custos de viagens,
equipamento e equipe na gravação. O grupo tem artistas de várias cidades da
região, como Franca, Sertãozinho, Cravinhos e Araraquara.
Suas primeiras aparições foram em 1930 nos Estados
Unidos, quando clubes de ficção escreviam contos e crônicas e trocavam as
histórias entre si. No Brasil, só apareceu na década de 1960 muito atrelado a
história em quadrinhos na cidade de Piracicaba. Em Ribeirão, o fanzine ganhou
sucesso através do pioneiro Arnaldo Junior e depois, na década de 1990, pelo
jornalista Angelo Davanço, ambos entrevistados relatando suas histórias.
Divulgado em shows de bandas de rock independentes
e também pelos correios, o material era considerado uma mídia acessível aos
iniciantes no mundo da música que queriam divulgar seu trabalho. Bandas como
CPM22 e Raimundos iniciaram a divulgação de sua música e carreira através
destas publicações.
"Uma banda tinha que divulgar seu trabalho, então ela lançava uma fita
demo e mandava para produtores de fanzine ouvirem essas demos e produzirem a
respeito. Então, quando uma pessoa consumia um fanzine na década de 1990 ela
conhecia bandas novas", conta o produtor do documentário.
Com a chegada da internet, João compara o conteúdo
do fanzine como o de um blog que abrange sobre qualquer assunto através de
imagens, poemas, textos, entrevistas e recortes. Ele explica que o documentário
vem para mostrar que o fanzine e sua produção artesanal continuam vivas até
hoje.
"O documentário tem um objetivo educacional,
porque a minha intenção é trabalhar esse documentário nas escolas [...],
mostrar para os alunos a origem do fanzine, a importância deles na década de
1990 e como o fanzine existe na atualidade", explica.
A Gibiteca de Curitiba, a primeira do Brasil, comemorou seus 37 anos com uma série de exposições que mostram a criação de histórias em
quadrinhos.
Entre as exposições estão "O Filho Mau" que conta a história de uma família que expõe seus
medos, segredos e problemas, alternando
entre passado e presente. A HQ é de autoria de Carol Sakura e Walkir.
"Pipico no Mundo Virtual", de André e Luciano Coelho, são baseados
nos primeiros meses de vida da filha de Luciano e seus primeiros contatos com a
tecnologia.
Criada em 1982, a Gibiteca de Curitiba possuí um amplo
acervo de quadrinhos infantis, heróis,
humor, terror, cartuns, fanzines, mangás e exemplares estrangeiros faz do
acervo da Gibiteca uma fonte valiosa para pesquisas.
Imagine aprender matemática, geografia ou um idioma diferente por meio das
histórias em quadrinhos, ou dentro do universo nerd, HQ's? Foi o que pensou
Clodoaldo Gomes de Oliveira que resolveu ensinar matemática de um jeito
diferente. No Colégio Estadual Deputado José Luciano, em Goiânia, ele propôs há
dois anos, que os alunos do 1º ano do Ensino Médio que fizessem histórias em
quadrinhos sobre o uso da matemática no dia-a-dia. O resultado surpreendeu o
docente, que resolveu adotar a metodologia também nas outras turmas.
“É uma atividade interdisciplinar que tem o
objetivo de despertar o interesse do aluno, para que ele perceba que a
matemática está contida em qualquer lugar, em tudo o que a gente faz e que não
é um bicho de sete cabeças”, explica o professor que está há seis anos na rede
estadual de Goiás.
Clodoaldo ressalta que o estudante aprende mais
quando se envolve em algum trabalho, pois fica mais motivado e criativo. Além
de estimular o interesse dos alunos pela disciplina, o professor conta que
descobriu muitos artistas em sua sala de aula. “Há alunos com talento incrível
para o desenho, mas com dificuldades em matemática. Os estudantes têm muita
inteligência, cada um de uma forma diferenciada, e me surpreendem a cada dia
com algo que traz inovação para eles”, comemora.
Desenho do estudante Gustavo Rodrigues Aires, que
há dois anos produziu um gibi que impressionou e emocionou o professor pela
história criada e qualidade dos desenhos. Nos quadrinhos, Gustavo fez de
Clodoaldo (seu professor) um super herói.
Um desses estudantes é Gustavo Rodrigues Aires, que
hoje está no 3º ano do Ensino Médio, mas que há dois anos produziu um gibi que
impressionou e emocionou o professor pela história criada e qualidade dos
desenhos. Nos quadrinhos, Gustavo fez de Clodoaldo um super herói. “O desenho
dele é tão bem feito. Fiquei muito surpreso com a criatividade. Descobri um
ótimo desenhista, um novo talento”, comemora.
Desenrolando o espanhol
O espanhol também passou a ser uma língua mais presente no dia-a-dia dos alunos
depois que a professora Lidiane da Silva Pires, do Colégio Estadual da Polícia
Militar de Goiás (CEPMG) Ely da Silva Braz, em Luziânia, adotou a história em
quadrinhos na sala de aula. A docente, que é psicopedagoga e especialista em
ludopedagogia, decidiu usar os gibis na turma do 6º ano do Ensino Fundamental
na hora de ensinar a difícil gramática espanhola aos pequenos.
“Os alunos do 6º ano são menores, e o espanhol é
uma língua mais difícil para eles, então deve ser trabalhado de modo lúdico,
porque assim os estudantes conseguem assimilar e aprender, sem ficar cansativo
para eles”, explica a professora.
Durante o exercício feito em sala de aula, os
alunos tiveram contato com gibis nacionais e da língua espanhola. Na sequência,
foram estimulados a desenhar seus próprios quadrinhos. Quem teve dificuldade
com a arte, recortou os já existentes e então todos construíram suas próprias
histórias em espanhol.
“Os personagens são os mesmos das histórias em
quadrinhos famosas, mas eles criaram suas próprias histórias, com a
criatividade deles. Foram seis aulas para concluir os trabalhos e cada um
apresentou o seu e leu em espanhol”, conta Lidiane, orgulhosa de seus alunos
que, segundo ela, não tem mais dificuldade com o espanhol e já leem textos da
língua com facilidade.
A atividade foi apoiada pelo diretor do CEPMG, Ely
da Silva Braz, capitão José Wilton Fernandes de Lira. Ele conta que os alunos
aprenderam a gostar do espanhol com o uso dos gibis em sala de aula. “Eles
desenvolveram o gosto por essa nova língua através de algo que eles já gostam,
que é a história em quadrinhos. Essa parte lúdica é um atrativo para o
estudante se interessar.”
Estímulo
ao diálogo
A
Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc) apóia e estimula esse recurso
didático nas salas de aula. Segundo a superintendente do Ensino Fundamental,
Gisele Faria, as histórias em quadrinhos são um tipo de literatura lúdica muito
presente na vida de todos, o que ajuda o professor a se aproximar da realidade
dos estudantes, e facilita o diálogo e a interação. “A história em quadrinhos
fez parte da vida dos nossos pais e avós. É um recurso literário que vem de
gerações, rico em linguagem, em recursos linguísticos e imagens. O professor
tem mais facilidade em ensinar por meio desses recursos, pois o diálogo com a
turma fica mais interativo.”
Gisele ainda acrescenta que esse tipo de
metodologia aumenta o interesse do aluno pela disciplina e também estimula a
criatividade, além de despertar talentos. “É um meio de se expressar por meio
da arte. Hoje em dia os alunos são tão podados de se expressar, e poder fazer
isso em sala de aula é fantástico”.
Os exemplares tornaram o romance gráfico “Dom Casmurro de Machado de Assis” no livro mais requisitado por professores da rede pública de ensino dentro da vertente literária do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD Literário) em 2018, voltado para alunos da 1ª a 3ª séries do Ensino Médio.
A adaptação foi feita em 2011 pela editora Nemo – braço de histórias em quadrinhos da editora Autêntica – com ilustração de José Aguiar e roteiro de Wellington Srbek, que já havia adaptado “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, outro romance machadiano, um ano antes.
Srbek frisa que a adaptação para as salas de aula não tem objetivo ou pretensão de substituir a original, publicada pela primeira vez em 1899. “Trata-se de uma releitura, homenagem que fazemos ao grande autor e à obra original”, diz. “Os quadrinhos têm grande apelo para o público jovem, e o diálogo entre imagens e palavras contribui para que os jovens mergulhem na narrativa, potencializando o despertar do interesse pela leitura e também a formação de novos leitores”, pondera.
É a mesma compreensão do presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL), Bernardo Gurbanov. “Esse formato constitui uma porta de entrada para o mundo da leitura e da imaginação, um convite ao conhecimento”.
Para Gurbanov, a “aproximação da literatura em forma simplificada e ilustrada é importante para os jovens que, muitas vezes, praticam um tipo de leitura fragmentada, não aprofundando o suficiente para ler obras mais consistentes, porque além de imaginação, a leitura requer o esforço da concentração”.
A tática é ainda mais válida ao levar os jovens a buscar o texto original, garante Célia Abicalil Belmiro, pesquisadora do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da UFMG (Ceale). No entanto, ela destaca que é importante manter a essência da obra, apesar da linguagem mais acessível, que cativa o público. “Não fica bom quando o objetivo é facilitação, sem a preocupação com o pano de fundo e o enquadramento que se dá, porque aí você perde a densidade literária. Tão importante quanto a história em si é o modo como se conta essa história”, analisa.
Leia a reportagem completa no HOJE EM DIA, clicando aqui!
Um grupo de alunos da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Erechim, traduziu para a língua kaingang um livro paradidático no formato de história em quadrinhos. A iniciativa partiu de acadêmicos do curso de Licenciatura Interdisciplinar em Educação do Campo: Ciências da Natureza. A obra original é de autoria de Cherlei Coan, Dionei Rua dos Santos, Lisandra Almeida Lisovski e Vanderléia Dartora, e a tradução para o kaingang foi lançada no início do mês.
O trabalho dos acadêmicos é fruto de um projeto maior, resultado de uma proposta submetida a um edital da Capes e da Agência Nacional das Águas (ANA), coordenado pela professora Sinara München. O projeto incentiva a articulação do tema da água para o ensino de Ciências da Natureza em espaços do campo e da cidade. A história em quadrinhos que os acadêmicos traduziram tem como enredo a proteção de recursos hídricos.
Professora na UFFS e uma das autoras do livro, Cherlei Coan diz que a necessidade de as escolas trabalharem com esta temática foi observada pelos próprios universitários, a partir de diferentes atividades nas comunidades indígenas em que os acadêmicos vivem. “Identificamos sérios problemas de falta de água, de uso de água não tratada. Daí veio a ideia de um livro sobre o tema”, conta.
A história se passa em uma escola do campo que também atende estudantes indígenas, e traz uma reflexão sobre a Política Nacional de Recursos Hídricos, a Lei das Águas e o papel dos Comitês de Gerenciamento de Bacias Hidrográficas – em especial, o Comitê da Bacia Apuaê-Inhandava, que atua na nossa região e a importância da gestão compartilhada deste recurso. Os personagens passeiam pelo Rio Dourado abordando diversos temas, por exemplo, os diferentes usos do espaço ao longo do rio.
Os tradutores são licenciandos que já atuam como professores. “Muitos deles ministram a disciplina de Kaingang. Em um processo de luta dos povos indígenas, foi conquistada a garantia da inclusão do ensino da língua materna no currículo das escolas indígenas”, destaca ainda a professora da UFFS.
“Há uma escassez de material traduzido para ser trabalhado nas escolas. A tradução é difícil, pois existem muitos dialetos em diferentes comunidades kaingangs, e nem todas as palavras têm tradução. Houve também um grande esforço por parte de um grupo de docentes e o livro passou por revisões em comitês de leitura presenciais até ser finalizado”, conta Cherlei. “Por fim, a importância desse trabalho também se dá ao destacarmos os nossos acadêmicos indígenas kaingang do curso de Educação do Campo, contribuindo para a valorização de sua identidade cultural”, destaca Cherlei Coan.
(*)Com informações daUniversidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Erechim.
No mês de março de 2019, a Escola Municipal Judith Lintz Guedes Machado, em Leopoldina, (MG), desenvolveu o projeto "Alimentação Saudável". A partir da leitura e interpretação do texto "Sopa de macarrão" de Domingos Pellegrini,os alunos do 8º ano do Ensino Fundamental, sob orientação da professora de língua portuguesa, Luisa Peres, produziram uma história em quadrinhos a partir de uma oficina realizada em sala de aula e na Gibiteca Helena Fonseca.
Confira algumas fotos da oficina e o resultado dos trabalhos.
Ao falarmos sobre histórias em quadrinhos, lembramos daquelas fantásticas e divertidas trazidas pelos gibis. Mas já imaginou ser informado e aprender ciência por meio delas? É o que o professor da Universidade Federal do Pará Bruno Spacek Godoy, em parceria com o cientista Luciano Lopes Queiroz, começou a fazer. O primeiro quadrinho de nome “Ciclos” foi publicado este mês e já está disponível, em inglês e português, no site do cientista.
Foi por meio das tirinhas que os autores acharam uma forma de inovar na propagação das informações cientificas que têm sido produzidas diariamente no ambiente acadêmico e não são de conhecimento da comunidade externa. “Produzir os quadrinhos possibilitou uma reflexão do nosso grupo de trabalho,para a simplificação de nossas ideias. Para conseguirmos colocar o conteúdo no formato de quadrinho, é necessário que as informações sejam simples e claras, sem linguajar científico ou técnico. Isso nos ajuda muito, pois permite um momento para entendermos bem o que estamos fazendo”, ressalta Bruno Godoy.
Por se tratar de uma história em quadrinhos, que facilita o aprendizado por meio do desenho, o conteúdo alcança leitores de todas as idades e leva o conhecimento científico até quem não era alcançado anteriormente. “Eu vejo essa expansão com bons olhos, pois, no Brasil, o trabalho de fazer ciência é visto como algo distante da realidade. Podemos mostrar ao grande público que ciência é algo simples, ao mesmo tempo que pode ser divertido aprender e construir conhecimentos”, explica Bruno Godoy.
Quadrinhos
O quadrinho intitulado “Ciclos” está disponível, em português e inglês, no site do cientista Luciano Queiroz. O roteiro das tirinhas de “Ciclos” foi criado por Luciano Lopes Queiroz e a ilustração, por Marco Merlin, que viram na forma que os quadrinhos são compartilhados uma boa alternativa para a divulgação científica. “As pessoas adoram o formato de tirinhas e ainda compartilham, marcam amigos e comentam”, lembra Luciano Queiroz.
E mesmo com pouco tempo da divulgação inicial, a inicitiva já tem repercurtido por todo o país, o que anima a equipe a continuar trabalhando neste tipo de divulgação. “No mesmo dia em que publicamos o quadrinho, vários conhecidos vieram parabenizar e comentar o material. Toda essa visualização nos fortaleceu para continuarmos e elaborarmos mais conteúdo nesse sentido”, comenta o professor da UFPA.
Sobre a pesquisa
O estudo de Bruno Godoy, professor do Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares, objetiva entender como ocorrer a colonização de riachos por insetos aquáticos. Ele foi realizado por meio do financiamento da UFPA pelo Programa de Apoio à Publicação Qualificada (PAPQ), que busca fomentar a publicação de artigos científicos de autoria de docentes, técnicos e discentes dos Programas de Pós-Graduação, em revistas estrangeiras.
Para ter acesso ao artigo completo, escrito por Bruno Spacek Godoy, Luciano Lopes Queiroz, Sara Lodi, Jhonathan Diego Nascimento de Jesus e Leandro Gonçalves Oliveira, clique aqui.
Capa da HQ de Aline Lemos "Artistas Brasileiras" (2018), pela editora Miguilim.
Lançada em 2018, a HQ "Artistas Brasileiras" de Aline Lemos apresenta ao público geral um seleção de 30 mulheres que se destacaram no campo artístico, de várias regiões do país. Um projeto que busca tirar das sombras mulheres talentosas cuja existência ou foi obscurecida pela história, ou mesmo esquecida ao longo dos anos. Já no início da HQ, numa introdução quadrinizada, a autora tem o cuidado de esclarecer que existem outras mulheres, tão interessantes quanto as que ela selecionou para a HQ, e que objetivo da obra "não é apresentar todas ou as melhores artistas" mas mostrar diversidade de mulheres que produziram arte no nosso país.
Quadrinho sobre Tarsila do Amaral.
A obra coloca as mulheres dentro da história da arte e mostra que, mesmo com todas as dificuldades impostas pela sociedade, elas conseguiram deixar sua marca. Entretanto, suas marcas foram aos poucos desaparecendo e é necessário reavivá-las. Este é um dos méritos da HQ de Alice Lemos, o de fazer um exercício de memória. A jovem autora nos lembra ainda que as mulheres são talentosas e não excepcionais. E qual seria a diferença?
Tirinha onde a autora usa a artista plástica Zina Aída para criticar o machismo presente na sociedade.
Durante muito tempo a História nos apresentou as mulheres que se destacaram (e cuja presença não podia ser ocultada) em alguma área dominada pelo homens como excepcionais. Elas eram casos raros, únicos. O talento dessas mulheres era, portanto, uma anomalia, que não poderia servir de base para se julgar outras mulheres.
Mas na HQ "Artistas Brasileiras" a intenção da autora é demonstrar que havia, e há entre nós, mulheres talentosas cuja obra não é resultado apenas de uma excepcionalidade, mas de muito trabalho, dedicação, estudo e talento.
A HQ não coloca as mulheres como sendo melhores que os homens, mas tão talentosas e capazes quanto eles, com as mesmas capacidades e habilidades criativas. O mesmo talento que se encontra em um homem e que pode ser encontrado, também, em uma mulher. Do ponto de vista didático, a narrativa é muito bem construída e a obra pode fornecer a professores de história e artes material para trabalhar História da Arte no Brasil de uma forma leve e divertida. As biografias das autoras curta, chegando ao máximo a 3 páginas e são acompanhadas de tiras irônicas e divertidas. A autora expõe e debocha de preconceitos machistas usando de ironia e muito humor.
Nestes quadrinhos a autora reúne quatro personagens: Anital Malfatti, Fédora do Rego, Georgina de Albuquerque e Tarsila do Amaral.
Aline Lemos, em muitos momentos, lembra o estilo de narrativa da quadrinista sueca Liv Strömquist, que publicou no Brasil a HQ "A origem do mundo: uma história da vagina ou a vulva vs. o patriarcado" (clique aqui para conferir uma matéria sobre esta obra). Um quadrinho recomendado para pessoas de todas as idades e indicado para professores que procuram por um material rico e criativo sobre história da arte. Vale ainda acrescentar que a autora fez uma ampla pesquisa bibliográfica, cujas fontes estão disponíveis no livro. * Texto postado originalmente no blog História e Ensino Sem Fronteiras.
Quem nasceu no Amazonas conhece bem as lendas
regionais que invadem o imaginário caboclo. Histórias passadas de geração para
geração, e que muito mais do que contos para assustar visitantes, refletem a
identidade cultural de povos indígenas que habitaram a Amazônia há pelo menos
40 mil anos. E foi inspirado por figuras como o Saci, o Curupira e o Mapinguari
que um ilustrador brasiliense (DF) decidiu dividir a vida de analista de
sistemas com a missão de promover o folclore amazônico por meio de histórias em
quadrinhos.
A natureza do criador
Eron Costa, de 48 anos, ou Ikarow Ilustrador, como
é conhecido no mundo geek, nasceu na capital do país, em Brasília. Ele contou
que a arte de desenhar o acompanha desde sempre e que antes mesmo de falar suas
primeiras palavras, já rabiscava folhas de papeis com lápis de cores. O nome de
trabalho (Ikarow) descende de uma lenda grega onde o personagem tenta alcançar
o sol voando sob asas de cera, mas acaba morrendo afogado no mar ao ter o par
de asas derretidas pelo calor da grande estrela
.
“Antes de eu falar eu já desenhava, a diferença é
que as pessoas param de desenhar quando crescem, e eu continuei. Sempre me
interessei por desenhar e ler quadrinhos pois sou fascinado por essa forma de
comunicação. Acredito que os quadrinhos são uma incrível forma de transferir
conhecimento, pois trabalha o cérebro não só lendo o texto, mas também
decifrando imagens”, revelou o artista.
Como nos quadrinhos de super-heróis, Ikarow também
divide a vida entre duas personalidades. Além de ilustrador, o desenhista atua
como analista de projetos – profissão na qual se qualificou profissionalmente.
Já a aptidão com o papel e as cores é mais natural do que parece, pois é como
autodidata, que o também roteirista desenvolve suas produções.
“Todo o meu trabalho é autodidata. Sou ilustrador,
roteirista, quadrinhista e colorista. Tenho pouco tempo livre porque viajo com
frequência, então precisava arranjar uma solução para continuar produzindo
mesmo quando estivesse em viagens. Por isso hoje eu faço o esboço de todas as
minhas artes e depois aplico as cores digitalmente, direto no Ipad”, esclarece
Ikarow.
A paixão pelo folclore amazônico
“Nosso folclore nos une como nação bem mais do que
a bandeira do Brasil”, destaca o desenhista.
O folclore brasileiro é como uma verdadeira mina de
ouro que poucos garimpeiros ainda exploram. Apaixonado por mitologias, o
artista destaca que sempre teve facilidade em encontrar informações sobre a
cultura grega, egípcia, nórdica, entre outras, mas se incomodava com a falta de
material para leitura sobre as histórias folclóricas do próprio Brasil.
“Eu sou apaixonado pela mitologia brasileira, e a
fonte dessas histórias começa aí na Amazônia, todos os mitos vem da floresta
como a Mãe d’Água, o Saci, o Mapinguari, Jurupari. A Amazônia é a mãe da
mitologia brasileira e você percebe isso quando viaja para essa região e
enxerga de perto como essas pessoas convivem com essa misticidade de forma
saudável, fazendo dessas lendas sua identidade cultural e dando extremo valor a
isso”, esclareceu o artista.
Foi a partir desse processo de autoconhecimento
cultural que Ikarow começou a desenvolver um universo de personagens da cultura
brasileira. Quem eram os Deuses cultuados aqui antes da invasão dos europeus?
Quem eram os povos que habitavam aqui? Como eram suas relações como o sagrado e
com o profano? Essas são algumas das perguntas que o quadrinhista se fez ao
assumir a responsabilidade de levar ao mundo a identidade folclórica da
Amazônia.
“Para escrever a ‘Rio Negro’ fui buscar referências
em livros muito difíceis de encontrar, alguns nem existem mais, e graças a Deus
a internet me ajudou muito por meio de resgates em PDF. Também estudei
pesquisas acadêmicas, onde cientistas recolheram relatos de indígenas que
contam sobre essas lendas ainda em suas línguas nativas. Ainda é tímido, mas
existe um movimento de resgate da cultura brasileira, trabalhando e pesquisando
muito”, disse o analista de projetos.
Rio Negro HQ
Foi dos anseios de quem buscava se orgulhar por sua
própria identidade cultural que nasceu a série em quadrinhos Rio Negro HQ.
Disponível por enquanto apenas em edição virtual, o conto dialoga sobre a
existência de seres aquáticos ainda desconhecidos nas águas região amazônica.
Ikarow revelou que a inspiração para o roteiro surgiu após uma conversa entre
ele e uma pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas do Amazonas (Inpa).
“Rio Negro é uma série em HQ e que já conta com 2
edições. Ela é inspirada na mitologia de vários personagens do folclore
brasileiro. A ideia inicial era fazer uma história curta, mas o conteúdo é tão
rico que decidi fazer uma série”, explica o artista que ainda completou: “Em
1997 uma cientista do Inpa pesquisava camarões na base do rio negro, mas acabou
achando um peixe diferente de tudo que ela já tinha visto. Ao recolher o animal
e levá-lo para o laboratório foi descoberto que ele não era uma espécie
catalogada e que o instituto não descobria uma nova espécie nos rios da
Amazônia há pelo menos 150 anos. Pesquisadores voltaram ao local e procuram
outro peixe igual aquele por 4 anos, mas nunca o acharam novamente”.
Atualmente a ‘Rio Negro’ já soma duas edições, e
sob a mesma ótica Ikarow também lançou mais um HQ virtual intitulado ‘Monstro’,
onde a lenda amazônica do Mapinguari é contada. Agora o ilustrador trabalha no
nascimento de mais uma obra, dessa vez o conto ‘A Bruxa’ deve trazer aos
leitores a lenda da Cuca, personagem metade jacaré e metade bruxa, criada pelo
escritor brasileiro Monteiro Lobato.
Mais informações sobre o trabalho de Ikarow
Ilustrador podem ser encontradas por meio das redes sociais do artista, que
levam o seu nome.
Edição: Bruna Chagas
*Artigo publicado originalmente por João Gomes, em 06
por Michele Maria Nasser Cavalheiro, publicado originalmente em 9
de janeiro de 2019 no PORVIR
O projeto interdisciplinar “Microbiology viral: um
estudo narrativo de caso do Inglês por Biologia à Literatura” surgiu da ideia
de integrar disciplinas, que à primeira vista não dialogam entre si – biologia, literatura
e inglês –, extrapolando o limite físico da sala de aula e mostrando aos
estudantes que o aprendizado integrado é produtivo, divertido e traz resultados
surpreendentes.
Como professora de inglês,
no Colégio Nossa Senhora Medianeira, em Curitiba (PR), procuro mostrar aos
estudantes a importância da língua estrangeira não apenas no ambiente escolar,
mas no desenvolvimento pessoal e profissional de cada um. Então, pensei que
juntar disciplinas que normalmente não dialogavam em um projeto comum
era desafiador e despertaria interesse dos adolescentes e os faria concluir que
todo o conhecimento está interligado, basta saber observar. Que tal trabalhar o
assunto microbiologia em inglês e literatura de forma no mínimo curiosa:
produzindo charges em inglês e HQs (história em quadrinhos) sobre microbiologia
com criticidade e humor?
O projeto é feito em duas etapas: primeiro a
produção de charges em inglês sobre vírus/bactérias/fungos/algas e protozoários
e, depois, a produção de uma história em quadrinhos. Autonomia sempre presente
desde o início: os estudantes se dividiram em grupos, obrigatoriamente mesclando
os dois níveis de inglês do colégio, e escolheram qual a tarefa assumiriam
diante do grupo: coordenar a produção, ilustração, tradução/versão, etc.
Cada membro ficou responsável ao mesmo tempo pelo
trabalho inteiro e por coordenar partes específicas, cobrando atuação e atuando
de forma igual. A integração, a dinâmica, a cooperação entre os grupos
funcionou de forma efetiva: os líderes natos conduziram os trabalhos
com competência,
houve integração de opiniões e ideias e a produção final surgiu acordo com
decisão do grupo, sem imposição individual.
Em uma atividade recente, os estudantes desenvolveram
uma história em quadrinhos na qual tiveram que caracterizar personagens de
acordo com um estudo de caso que escolherem. A biologia oferece conteúdo e
casos para os estudantes escolherem e construírem a narrativa das personagens
envolvidas. Podem usar o Inglês? Sim, of course! E as figuras de linguagem e
etapas da narrativa têm força em inglês também. E onde entra a biologia? Bem,
as personagens da história em quadrinhos desenvolvem a doença escolhida. Ou
passam pela doença. Ou somente experimentam sintomas leves. Mas para a doença
estar presente, precisamos do ambiente, das condições propícias, dos sintomas…
o conhecimento está interligado!
Os estudantes produziram um material riquíssimo.
Charges que criticam, de forma
humorada e inteligente, situações cotidianas de nossa sociedade no
contexto de microbiologia: dengue, poluição dos rios, produção de oxigênio por
algas, infecções, combate às doenças, comparando situações políticas (macrocosmo)
com movimentos microbiológicos (microcosmo), e por aí.
As charges e as histórias em quadrinhos mais
significativas foram apresentadas na forma de banners em formato de Comic Book
à comunidade durante o evento “Feira do Livro”, em agosto, no Colégio, e em
novembro, durante o evento “Feira do Conhecimento”, além de receberem destaque
em matéria específica no site e na página do Facebook. Incentivo para os
estudantes que produziram e para os que virão, além de reconhecimento da
importância do trabalho em equipe. E o prazer de ser professora e ver o
conhecimento acontecendo, efetivamente.
Um saci mais ameaçador do que a figura até
simpática apresentada nos livros escolares estampa a capa do livro Lendas.
Ao seu lado, outro mito folclórico do
Brasil, o Curupira. Ambos são retratados com uma boa carga de
terror pelo desenhista Ivan Reis,
paulista que atualmente assina o traço de histórias em quadrinhos do
Superman.
Lendas é um projeto
que nasceu para ser portfólio dos artistas de todo o país que integram o quadro
de agenciados do estúdio virtual Chiaroscuro. Mas a iniciativa foi ganhando
maior proporção até virar um volume com pretensão didática.
Com lançamento previsto para este mês de janeiro na
plataforma da Amazon, ao valor estimado de R$ 90, Lendasvendeu 200
exemplares na Comic Con
Experience (CCXP), grande evento voltado à cultura pop
realizado em dezembro, em São Paulo. Entre os fãs que pediam autógrafos
aos 40 artistas presentes no estande de divulgação (ao todo, são 61
profissionais envolvidos), havia professores que garantiam que o livro ilustrado
seria trabalhado em sala de aula para mostrar aos estudantes como a origem de
cada figura folclórica conta um pedaço da história do Brasil.
Após seis meses de pesquisas em uma bibliografia
que reúne de autores contemporâneos, como Januária Alves, a registros
históricos, como a Carta de São Vicente 1560, escrita pelo jesuíta espanhol
José de Anchieta (1534-1597), o projeto foi lançado para financiamento coletivo
no site Catarse. Com a meta de arrecadar R$ 25 mil para a produção, encerrou as
doações em novembro com 355% a mais do que o almejado.