quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

De negros a muçulmanos, 2015 foi ano em que super-heróis abraçaram o mundo


Por: Ramon Vitral
O ano de 2015 provavelmente entrará para a história da editora de quadrinhos Marvel Comics como aquele no qual o escudo do Capitão América passou a ser de responsabilidade de um soldado negro, o martelo do Thor virou a arma de uma mulher e o alter-ego do Hulk se transfigurou em um jovem de origem coreana. Ao longo dos últimos 12 meses, um dos principais grupos de publicações de histórias em quadrinhos do planeta deu continuidade à transformação de sua linha editorial majoritariamente protagonizada por heróis homens, brancos e ocidentais em uma potencial referência de diversidade e representatividade da variedade de gêneros e etnias da população mundial.
"A Marvel tem feito essas mudanças para vender mais porque é isso que seu público, cada vez mais, quer consumir: histórias nas quais ele possa se ver de alguma forma. O que leva a editora a se reinventar é a transformação, ou subversão, no gosto do público - mais questionador, mais alerta e, acho que principalmente, mais de saco cheio", analisa a pesquisa e tradutora de histórias em quadrinhos Dandara Palankof.
Além da nova versão dos três membros dos Vingadores, a editora levou para seu universo principal de heróis uma versão alternativa do Homem-Aranha. Sucesso de público, Miles Morales é uma versão adolescente, negra e de ascendência latina do herói aracnídeo. Da mesma forma, a Miss Marvel é hoje uma adolescente muçulmana de 16 anos com pais paquistaneses que mora em Nova Jersey. Nos X-Men, o Homem de Gelo revelou ser gay e o uniforme do Wolverine também passou a ser utilizado por uma mulher. Também podem entrar para essa conta a Mulher-Aranha, atualmente grávida, combatendo o crime, e a nova líder dos Guardiões da Galáxia.
Criada em 2013, a Miss Marvel de origem paquistanesa ganhou revista própria em fevereiro de 2014 e terá sua primeira coletânea em português até o final do mês de dezembro. A série foi indicada a alguns dos principais troféus da indústria de HQs dos Estados Unidos em 2015 (cinco nomeações ao Eisner e duas ao Harvey) e recebeu o renomado Hugo Award de Melhor Narrativa Gráfica em 2015.
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