Realizei hoje uma experiência com hqs na aula de história da sétima série. Lancei um desafio aos alunos: eles iriam manipular um documento e identificar nele um discurso, o do machismo. O documento em questão eram hqs da Ebal, das décadas de 1960 e 1970. O exercício consistia em ler a revista e destaca passagens ou cenas onde, de alguma forma o machismo estive presente, mesmo - e principalmente - de forma sutil. Os títulos escolhidos para o exercício proposto foram: Os Justiceiros (Antiga Liga da Justiça); Batman, Super Girl, Super Homem e O Judoka.
Os alunos tinha opção de escolher mais de uma hq para analisar. Como se tratava de uma turma pequena, dei meia hora para que eles examinasse as hqs e mais 20 minutos para que pudessem relatar sua pequena "investigação". Os alunos reuniram-se em um círculo comigo (professora) que fui mediadora. A cada aluno que relatava uma passagem ou uma impressão, perguntava-se: porque você acha que é uma passagem machista" A cada fala unia-se o comentário de um colega e, ao término do exercício tema havia se tornado uma conversa informal e descontraída.
Realizei o trabalho em uma turma com 15 alunos, onde apenas um não conseguiu cumprir a tarefa e, aproximadamente 3 alunos que haviam tido dificuldade no início ao final da atividade não apenas compreendiam o significado do machismo embutido no discurso das hqs como complementaram comentários de seus colegas.
O objetivo deste exercício foi preparar os alunos para identificarem o discurso ideológico contido em um texto, mesmo em situações mais simples. Como os alunos da sétima série estão estudando conteúdos como revoluções achei importante que eles comecem a analisar o texto de uma forma mais crítica,visto que os discursos de fundo ideológico tornar-se-ão cada vez mais presentes. Ademais, creio ser necessário o contato com outros documentos, tais como jornais, revistas e, claro, hqs dando a eles uma função não apenas informativa e/ou de lazer, mas de fonte de pesquisa.
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