quarta-feira, 9 de junho de 2010

PATO DONALD: UM SENHOR DE 75 ANOS


Luiz Fernando Vieira

As bancas e livrarias estão sendo invadidas por edições especiais que trazem um personagem marcante na história das HQs no Brasil. O motivo são as comemorações pelos 60 anos desde o lançamento da primeira revista O Pato Donald no país (julho de 1950). Também marcou o início dos trabalhos de uma das principais editoras da América Latina, a Abril. Ela, então, tratou de programar um material imperdível para quem acompanha o nervoso personagem criado pelos estúdios de Walt Disney, em 1934.

Pouca gente deve saber, mas o Pato Donald foi batizado com um nome pomposo. Originalmente era conhecido como Donald Fauntleroy Duck (em inglês). É um personagem de histórias em quadrinhos e desenhos animados dos mais conhecidos já produzidos pelos estúdios Walt Disney. E em boa parte justamente por conta de sua personalidade, pois é um personagem marcado pela teimosia, o (mau) humor e a voz rouca.

Essa última característica tem uma história interessante. Pato Donald foi criado em 9 de junho de 1934 para se transformar num dos desenhos de maior sucesso e repercussão da Disney. Porém, sua voz veio mesmo de um lugar bem diferente das escolas de atores ou estúdios de gravação. Reza a história que o dublador, Clarence Nash, foi descoberto pelo próprio Walt Disney nas ruas de Los Angeles (Estados Unidos). A voz de Clarence se tornou uma marca registrada do pato imitada até hoje.

Ele só foi ganhar uma companheira 6 anos depois. A namorada, Margarida, surgiu num desenho de 1940. Antes disso, em 1937, Donald já se via muito nervoso graças às traquinagens dos sobrinhos Huguinho, Zezinho e Luizinho. E foi com eles que Pato Donald sairia da sobra de Mickey para o estrelato. Foi quando Carl Barks -responsável pela invenção de Patópolis e muitos de seus habitantes, como Tio Patinhas (1947), Gastão (1948), Irmãos Metralha (1951), Professor Pardal (1952) e Maga Patalógica (1961) - resolveu adaptar uma história que trazia Mickey, Pateta e Pluto. Ela passou a ter apenas Donald e os endiabrados sobrinhos.

A história, chamada "Donald Encontra o Ouro dos Piratas" (Donald Duck Finds Pirate Gold), publicada em 1942, garantiu o desenhista Barks na função até 1967. O "Homem dos Patos" mais tarde ganhou a ajuda de Don Rosa, que criou uma complexa árvore genealógica e toda a história do Tio Patinhas, enquanto a Disney italiana criou sua identidade secreta, o Super Pato.

O crescimento acelerado da família Disney, tanto nas pranchetas de desenho da Abril como nas vendas em bancas de revistas do país, estimulou o nascimento de quadrinhos nacionais. Em 1970, a Abril lançou as histórias de uma menina dentuça chamada Mônica, o primeiro grande sucesso de um grupo de revistas com personagens criados por Maurício de Sousa - entre as quais Cebolinha, Cascão e Chico Bento. Em 1986, quando deixaram de ser publicadas pela Abril, as revistas da turma da Mônica representavam 35% do mercado de quadrinhos no Brasil. Em 1975, surgiu A Turma do Pererê, do escritor e cartunista Ziraldo -quadrinhos também genuinamente brasileiros.

Influência - Em julho de 1950, a Editora Abril apresentou o Pato Donald às crianças brasileiras. Desde então, uma fábrica de idéias começou a crescer no que depois se tornaria a Divisão de Publicações Infanto-Juvenis. Num curto espaço de tempo, a editoras pôs em cena para o público jovem dezenas de personagens e suas histórias, ora com a cara do mundo, ora com a cara do Brasil. Faz surgir no país uma legião de desenhistas e escritores e um jeito novo de fazer revista infantil.(Com Assessoria)

FONTE: GAZETA DIGITAL

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