sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

As transformações do ano de 1968 em quadrinhos

O ano de 1968 foi de grandes transformações no mundo, tanto políticas, quanto filosóficas e tecnológicas. No Brasil, que estava sob regime militar, foi o ano da publicação do Ato Institucional número 5 (AI-5), da realização de diversas mobilizações e manifestações, de prisões de estudantes, exílios e mudanças no cenário artístico e cultural.

Curitiba não deixou de sofrer as influências de todos estes acontecimentos. Entretanto, existem poucos registros sobre a vida na capital paranaense naquele ano e podemos dizer que nenhum, que conte essa mesma história em quadrinhos.

Com o objetivo de suprir parte desta escassez de informações e contar às novas gerações sobre o movimento estudantil de Curitiba no final da década de sessenta de forma clara, simples e divertida, a jornalista Tereza Urban acaba de lançar, pela editora Arte e Letra, o livro 1968 Ditadura abaixo.

A publicação contém textos curtos, é repleta de imagens e utiliza histórias em quadrinhos para contar fatos marcante da nossa história. Os personagens são fictícios, mas todas as situações vividas por eles são baseadas em fatos reais.

"1968 foi um ano muito rico e de muito aprendizado em todo mundo. No Brasil, não foi diferente. Porém, vivíamos em meio à ditadura militar e o nível de repressão era muito grande, com conseqüências posteriores bastante pesadas", conta Tereza.

"Curitiba era uma cidade relativamente pequena, com duas universidades (a Universidade Federal e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná) e onde os estudantes tinham muito peso na sociedade. Eles estavam sob a influência da efervescência internacional e da contestação de velhos modelos, experimentando muitas coisas novos."

Para lançar o livro, Tereza realizou pesquisas em arquivos de jornais e documentos mantidos pelo Arquivo Público do Paraná. Além disso, contou com o apoio de seu neto, de 16 anos, seu afilhado, de 20, e outros jovens. Eles a ajudaram a encontrar novos caminhos de linguagem, que atraíssem justamente à juventude.

Com base neste trabalho, surgiu essa obra inédita e muito bonita. "Tive uma equipe de trabalho me ajudando com as pesquisas, jovens que me auxiliaram a encontrar caminhos de linguagem e o apoio de um quadrinhista, que criou as histórias em quadrinhos", revela.

O quadrinhista, que também é ilustrador e artista plástico, é Guilherme Caldas, de 35 anos, que passou cinco meses se dedicando às ilustrações do livro. Durante todo o trabalho, ele procurou ser o mais fiel possível à forma como as pessoas se vestiam e se comportavam em Curitiba no final da década de sessenta. A obra está à venda, por R$ 40,00, nas principais livrarias da cidade.

Fonte: http://www.parana-online.com.br/editoria/almanaque/news/341610/

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