Formado em Educação Artística e professor das redes Estadual e Municipal do Rio de Janeiro, o cartunista Antonio Marcos de Almeida Anciaes encontrou uma maneira diferenciada e lúdica de ensinar: em sala de aula, usa como material didático quadrinhos e cartuns. "Oriento os alunos a fazerem seus próprios desenhos. Já fiz esse trabalho até com adultos do supletivo, à noite, com ótimos resultados".
Antonio Marcos |
Ele considera que os quadrinhos - sua preferência - servem tanto para esclarecer quanto para divertir. "É muito bom quando os quadrinhos transmitem uma mensagem, mas não acho que os cartunistas tem a obrigação de fazer isso sempre. Eu particularmente, não me sinto nessa obrigação, atá porque já faço isso como professor", diz Antonio Marcos. E completa: "Trabalho com o humor e procuro fazer de um jeito que agrade a todos. Meus quadrinhos são entreterimento, não me sinto na obrigação de 'passar uma mensagem' em todas as histórias".
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Seu interesse pelo desenho começou, como para a maioria dos artistas, quando ainda era bem pequeno. Com seis anos já copiava os desenhos das revistas, e com oito começou a criar seus próprios personagens. Para ele, qualquer coisa pode servir de inspiração; desde uma lembrança de infância até uma cena corriqueira que viu na rua e chamou atenção.
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Segundo ele, ferramentas tecnológicas devem ser usadas com parcimônia, pois não adianta usar computador se não tiver talento para desenhar: "Quando o cartunista usa o computador apenas como uma ferramenta para auxiliá-lo, tudo bem. Mas quando ele passa a fazer tudo no computador, deixa de imprimir seu estilo no trabalho. Ai fica artificial e sem graça. Basta ver essa moda de computação gráfica que está ai. Tem muita coisa ruim sendo feita, muitas vezes por gente que nem sabe desenhar. Se a pessoa não sabe desenhar a mão, não adianta ter um computador de última geração, o trabalho ficará ruim", comenta.
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Sobre o mercado brasileiro nessa área, Antonio Marcos acredita que não há campo nem valorização para os profissionais dessa área. "Os poucos jornais e sites que abrem espaço para cartunistas, muitas vezes o fazem sem qualquer tipo de remuneração", afirma. "Como se não tivéssemos gastos para produzir nosso material e nosso trabalho não tivesse valor".
Fonte: http://portalimprensa.uol.com.br/portal/traco/2008/11/07/imprensa24015.shtml
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