sábado, 4 de outubro de 2008

Começa a distribuição dos quadrinhos da Turma da Mônica que ensinam a prevenir acidentes doméstiicos

Os famosos personagens de histórias em quadrinhos Cascão, Cebolinha, Magali e Mônica vão fazer companhia a estudante Mariana Luiza Mendes, de 8 anos, e ajudá-la a aprender como evitar acidentes domésticos e, assim, reduzir as estatísticas do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS). Mariana e outros 557 colegas da Escola Estadual Necésio Tavares, no Bairro Alto Vera Cruz, na Região Leste, receberam quinta-feira a revista em quadrinhos Prevenindo queimaduras. As histórias do cartunista Maurício de Souza têm o objetivo de conscientizar o público infantil sobre os perigos nas cozinhas – principalmente o fogão – além de outras áreas da casa em que remédios e álcool líquido podem ser encontrados ao alcance das crianças.

Para iniciar a Campanha Estadual de Prevenção a Acidentes Domésticos, o governo do estado vai publicar 1 milhão de exemplares para distribuição aos estudantes da rede estadual e municipal. Os personagens Cebolinha e Mônica fizeram quinta-feira a distribuição de alguns exemplares. Somente neste ano, a Unidade de Queimados Professor Ivo Pitangui do HPS atendeu 1.977 vítimas de queimaduras, sendo que 51% desses casos poderiam ser evitados e 43% dos pacientes são crianças.

Foram 850 menores de dez anos que chegaram ao serviço de queimados, referência na América Latina, com parte do corpo danificado por causa de queimaduras. Acidentes que ocorreram em questão de segundos, mas que vão deixar marcas para sempre na pela e na vida desses pequenos. “Existem tantas ameaças à infância, que a escola e os médicos querem, com essa revistinha, colaborar na proteção das crianças. É preciso que os pais também se conscientizem desse papel de tomar conta de seus filhos e assim evitar situações que possam causar acidentes”, ensina a secretária de Estado de Educação, Vanessa Guimarães Pinto.

Curiosidade

A aluna Mariana Mendes também tem histórias de queimaduras para contar, quando por curiosidade colocou água para esquentar no microondas, um período longo, e depois se machucou ao retirar o líquido quente. “Quando peguei a vasilha estava tão quente que não consegui segurar e derramou em mim. Doeu bastante, mas não ficou marcas”, lembra.

Nas histórias em quadrinhos que Mariana lê, Mônica e Magali conseguem evitar que a água queime a pele delas com a ajuda do personagem Anjinho. Na vida real, a proteção divina acompanha os menores, mas alguns sofrem muito para apreender a ficar longe dos perigos da cozinha. Preocupada com o futuro da filha, a dona de casa Vanilda Cardoso, de 38 chora ao lembrar o que já passou e teme que as pernas e braços de Bianca Cardoso, de 7, fiquem marcadas pela explosão que a atingiu durante o conserto da geladeira de sua casa. “Já havia pedido para ela sair da cozinha, mas na hora do desespero vi que Bianca estava no meio do fogo. Acho que a culpa foi de quem fazia o conserto da geladeira, com um maçarico estragado. Mas até agora não fomos indenizadas. Foi uma tragédia na nossa vida. Suas pernas e braços passaram por enxertos mas ficaram ainda muitas lesões. Sem falar no trauma. Minha filha só dorme com ajuda de remédios”, conta Vanilda.

Internado no HPS, com o corpo todo enfaixado, Aldinei Júnior da Silva, de 3, se recorda bem do momento de terror que sofreu no bar do seu pai, quando mexeu em uma panela de água fervendo em cima do fogão, para retirar um ovo cozido. “Meu short e minha blusa pregaram no corpo. Doeu muito e meu pai saiu correndo. Quando sair daqui não vou mexer mais no fogão”, promete.

Fonte: http://www.uai.com.br/UAI/html/sessao_2/2008/10/03/em_noticia_interna,id_sessao=2&id_noticia=81936/em_noticia_interna.shtml

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