sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Exposição apresenta HQs de autores contemporâneos da França

Para quem está em Brasília, uma dica do Correio Braziliense:

Na mostra, livros para folhear e pranchas para admirar: público-alvo adulto
Até 19 de novembro, a Aliança Francesa será o consulado das histórias em quadrinhos francesas na cidade. A partir desta sexta, o local recebe a exposição Quadrinhos itinerantes francofônicos (QIF). Organizado pelo desenhista goiano Túlio Caetano, o evento reúne 20 pranchas com trabalhos de autores contemporâneos daquele país, além de belgas e suíços e mais de 400 títulos para, como diz o curador, “serem folheados, lidos, descobertos”.

Os quadrinhos foram escolhidos por Túlio e Catherine Ternaux, pesquisadora do Centro Nacional de Bande Dessinée e Imagem (CNBDI) – bande dessinéé, ou BD, é como os franceses chamam suas histórias em quadrinhos (Portugal, inclusive, usa a tradução literal do termo: banda desenhada). Localizada na cidade francesa de Angoulême (sede do mais prestigiado salão de HQs da Europa), o instituto é o maior do país dedicado ao assunto.

Para Túlio Caetano, eleger os destaques da exposição é tarefa complicada. “A característica central desses trabalhos é a criatividade, a riqueza, a originalidade. São obras muito diferentes”, avalia. Na exposição, será possível encontrar criações de alguns dos integrantes do coletivo Maison Qui Pue, associação de quadrinistas da qual o brasileiro fez parte quando morou em Angoulême (Túlio estudou quadrinhos na Escola de Belas Artes daquela cidade), como Gilles Peltier, Yann Taillefer, Mathieu Giraud (Jiro), Thim Kim Thu, Nelly Bal, Thomas Bonin, Clement Baloup, Laureline Matiussi, Remy Catelain, Laurent Bourlaud e Vallie Desnoel.

“São obras de autor, de expressão mais pessoal, mais artística”, ressalta o desenhista. Ou seja, a exposição está mais para Persépolis, da franco-iraniana Marjane Satrapi (publicado no Brasil pela Cia. das Letras), Epilético, de francês David B. (que saiu por aqui via Conrad Editora) ou o recém lançado Dr. Bubbles & Tilt, do próprio Túlio Caetano (primeira HQ nacional da editora Zarabatana Books) do que para os clássicos infanto-juvenis Asterix e Tintim. “Ao contrário do mercado americano, no qual o artista é contratado para uma obra, mas não é dono do que produz, na França esse trabalho é considerado uma coisa única. O autor é um artista. Por isso, os quadrinhos são chamados de a nova arte. Essa abordagem mostra outra forma de desenvolvimento da linguagem, apontando para obras mais pessoais e menos intervenções mercadológicas”, contextualiza.

Essa visão diferenciada é necessária para melhor apreciação da exposição. Quando passou por Rio de Janeiro, Niterói e Belo Horizonte, a QIF recebeu muitas crianças e o público-alvo da exposição é outro. “O Brasil ainda sofre com o estigma de que quadrinhos são para crianças. Essa coleção não é para elas. O adulto que visitar a exposição, mesmo sem saber falar francês, apreciará a expressão artística que está lá. Tive respostas boas de gente que conheceu os trabalhos ou redescobriu algo que já conhecia da França.” Hoje, na abertura, às 20h, Túlio Caetano estará presente para conversar com os visitantes e apresentar as obras.

Para quem não mora em Brasília, uma dica é visitar a página da Aliança Francesa de curiosidades sobre quadrinhos, onde há algumas páginas avulsas e charges. O destaque é a série Les Paparazzi, de Mazel e Cauvin.

Fonte: http://divirta-se.correioweb.com.br/materias.htm?materia=4978&secao=Programe-se&data=20081024

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