Masami Kurumada.
- Como surgiu a idéia de unir elementos da Grécia Antiga e das constelações em Os Cavaleiros do Zodíaco?
Meu universo no mangá é formado por histórias e personagens marcantes, determinados (de "sangue quente") e para compor esse quadro utilizo diversos elementos. No caso de Os Cavaleiros do Zodíaco procurei inspiração com as histórias dos deuses gregos.
- Cada um dos personagens de Os Cavaleiros do Zodíaco tem personalidades bastante diferenciadas. Como é que o senhor fez a construção dos personagens?
Às vezes, busco inspiração em cinema e TV. Mas basicamente crio todos meus personagens quando estou sozinho, na minha mesa de trabalho.
- Sentimos que há, por parte do senhor, a intenção de transmitir uma mensagem de coragem aos seus leitores. Quando o senhor cria uma história, esse objetivo é claro?
Eu acredito que o mangá existe principalmente para o lazer, assim, não penso em colocar uma mensagem específica. O mangá não é um livro escolar. Escrevo esperando que os leitores fiquem contentes com a minha história, mas se além de ficarem contentes eles puderem captar algo a mais, como desenhista me sentiria totalmente realizado.
- Os Cavaleiros do Zodíaco é um grande sucesso no Brasil. Como o senhor vê o sucesso de seu trabalho num país que fica do outro lado do planeta, com uma cultura tão diferente?
Lamento ter que dizer que eu desconhecia o "boom" dos Cavaleiros do Zodíaco no Brasil. No Japão quase não chegam notícias sobre o Brasil. Mas creio que quando se faz uma história sobre amizade e o sentimento de não se perdoar o mal, sentimentos estes que são da essência do ser humano, não existem barreiras culturais. O leitor de qualquer país poderá compartilhar da mesma emoção, se a história tiver esses ingredientes.
- Com o sucesso dos Cavaleiros do Zodíaco, surgiram muitos fanzines no Japão. Qual a sua opinião sobre os fanzines?
Eu prefiro não fazer comentários sobre esse assunto...
- Quantas pessoas trabalhavam com o senhor na produção do mangá dos Cavaleiros?
Minha equipe era de 8 assistentes.
- Qual trabalho o senhor está desenvolvendo atualmente?
Estou publicando uma história chamada B'T-X (pronuncia-se "bíto écs"), na revista semanal Shonen ACE, da editora Kadokawa Shoten. É o meu primeiro trabalho com robôs (mecha) e estou me dedicando bastante. "B'T-X" está sendo transfomado em Anime. Há possibilidades dele ser exibido também no Brasil, portanto, aguardem!
- Para finalizar, o senhor teria uma mensagem para os fãs brasileiros?
Acho que mesmo com um clima e cultura diferentes, uma história interessante terá aceitação universal. Vou continuar escrevendo e desenhando histórias emocionantes, e por isso peço para os fãs no Brasil acompanharem meu trabalho.
Entrevista coletada na revista AnimeClub número 1 e publicada na Universidade dos Quadrinhos
Leia observações sobre a entrevista clicando aqui!
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