Por Sérgio Codespoti
A revista Captain America #602, escrita por Ed Brubaker e ilustrada pelo brasileiro Luke Ross, foi distribuída em 20 de janeiro e criou uma controvérsia política nos Estados Unidos.
Tudo gira em torno de uma cena na qual o Capitão América (Bucky Barnes) e o Falcão estão em Boise, no Estado de Idaho, investigando uma aparição do Capitão América da década de 1950 (William Burnside, que já foi o vilão Grande Diretor) junto ao grupo terrorista de extrema direita Watchdogs.
Falcão faz um comentário, em relação a uma multidão protestando contra o governo, que seria difícil para ele, um negro do bairro do Bronx, em Nova York, se infiltrar num grupo formado por brancos raivosos.
Um quadro desta sequência mostra uma multidão protestando contra as taxas e impostos do atual governo, no qual uma pessoa carrega uma placa com o texto "Tea bag the Libs before they tea bag you!".
Para entender a polêmica é preciso explicar melhor o significado da frase. A tradução literal de tea bag é saco de chá, mas o termo pode ser usado como uma gíria sexual que se refere ao ato de esfregar o escroto no rosto ou na boca de outra pessoa.
Além disso, Teabaggers é o termo usado pela imprensa estadunidense para se referir, muitas vezes de maneira pejorativa, aos integrantes do movimento conservador Tea Party (que se opõe ao governo de Barack Obama e ao pacote de estímulo fiscal), surgido em 2009, e que realizou muitos protestos em diversos estados norte-americanos.
A controvérsia começou no site Publius Forum, alegando que a revista sugeria que os participantes do movimento Tea Party eram racistas perigosos, em virtude do comentário do Falcão e confundindo os manifestantes com os Watchdogs.
O assunto se espalhou pela internet, ganhou novas proporções, foi distorcido (chegaram a dizer que o Capitão América estava lutando contra os manifestantes) e chegou até mesmo ao noticiário da Fox News.
A Fox News chegou a citar alguns dos tweets de Brubaker, contra o Tea Party e contra os republicanos, para justificar a acusação.
Ed Brubaker explicou que, independentemente de suas opiniões pessoais, ele nunca mostrou o Capitão América optando por qualquer partido político, evitando utilizar os nomes Republicanos e Democratas. Além disso, não foi ele que decidiu o teor dos textos dos cartazes das pessoas protestando, ele apenas colocou no roteiro uma cena na qual um grupo de pessoas protestavam contra o governo e contra taxas e impostos.
Joe Quesada, editor-chefe da Marvel, escreveu sobre o assunto em sua coluna, explicando em detalhes o ocorrido. Quesada se desculpou aos ofendidos, dizendo que compreendia a situação, que surgiu em torno de um erro estúpido, na qual foi utilizado um letreiro específico associando a multidão com o movimento Tea Party.
Segundo Quesada, o editor da revista (Tom Brevoort) notou que um dos quadros os cartazes dos manifestantes estava em branco, diferentemente dos outros, e pediu ao letrista (Joe Caramagana) que rapidamente o completasse, para que o arquivo pudesse ir para a gráfica.
Ainda segunda Quesada, o letrista estava horrorizado com a situação, se desculpou pelo episódio e disse que não tinha nenhuma motivação política.
Infelizmente, devido à urgência do cronograma, ninguém checou o trabalho após esta correção, antes que o arquivo fosse enviado à gráfica.
Quesada ressaltou que não houve nenhuma reunião editorial decidindo o uso do movimento Tea Party na história. Além disso, os Watchdogs foram criados em 1987, por Mark Grenwald e Tom Morgan, como um grupo armado extremista ligado ao Caveira Vermelha.
A arte ofensiva já foi corrigida e não estará presente nos encadernados deste arco.
O escritor Mark Waid, que foi roteirista do Capitão América por um longo tempo e atualmente é o editor-chefe da Boom! Studios, também falou sobre o assunto. Segundo ele, se o Capitão América tivesse alguma orientação política, seria ligada aos Democratas do New Deal, do presidente Roosevelt, na década de 1930, cuja plataforma política era muito diferente da do partido atual.
FONTE: UNIVERSO HQ
A revista Captain America #602, escrita por Ed Brubaker e ilustrada pelo brasileiro Luke Ross, foi distribuída em 20 de janeiro e criou uma controvérsia política nos Estados Unidos.
Tudo gira em torno de uma cena na qual o Capitão América (Bucky Barnes) e o Falcão estão em Boise, no Estado de Idaho, investigando uma aparição do Capitão América da década de 1950 (William Burnside, que já foi o vilão Grande Diretor) junto ao grupo terrorista de extrema direita Watchdogs.
Falcão faz um comentário, em relação a uma multidão protestando contra o governo, que seria difícil para ele, um negro do bairro do Bronx, em Nova York, se infiltrar num grupo formado por brancos raivosos.
Um quadro desta sequência mostra uma multidão protestando contra as taxas e impostos do atual governo, no qual uma pessoa carrega uma placa com o texto "Tea bag the Libs before they tea bag you!".
Para entender a polêmica é preciso explicar melhor o significado da frase. A tradução literal de tea bag é saco de chá, mas o termo pode ser usado como uma gíria sexual que se refere ao ato de esfregar o escroto no rosto ou na boca de outra pessoa.
Além disso, Teabaggers é o termo usado pela imprensa estadunidense para se referir, muitas vezes de maneira pejorativa, aos integrantes do movimento conservador Tea Party (que se opõe ao governo de Barack Obama e ao pacote de estímulo fiscal), surgido em 2009, e que realizou muitos protestos em diversos estados norte-americanos.
A controvérsia começou no site Publius Forum, alegando que a revista sugeria que os participantes do movimento Tea Party eram racistas perigosos, em virtude do comentário do Falcão e confundindo os manifestantes com os Watchdogs.
O assunto se espalhou pela internet, ganhou novas proporções, foi distorcido (chegaram a dizer que o Capitão América estava lutando contra os manifestantes) e chegou até mesmo ao noticiário da Fox News.
A Fox News chegou a citar alguns dos tweets de Brubaker, contra o Tea Party e contra os republicanos, para justificar a acusação.
Ed Brubaker explicou que, independentemente de suas opiniões pessoais, ele nunca mostrou o Capitão América optando por qualquer partido político, evitando utilizar os nomes Republicanos e Democratas. Além disso, não foi ele que decidiu o teor dos textos dos cartazes das pessoas protestando, ele apenas colocou no roteiro uma cena na qual um grupo de pessoas protestavam contra o governo e contra taxas e impostos.
Joe Quesada, editor-chefe da Marvel, escreveu sobre o assunto em sua coluna, explicando em detalhes o ocorrido. Quesada se desculpou aos ofendidos, dizendo que compreendia a situação, que surgiu em torno de um erro estúpido, na qual foi utilizado um letreiro específico associando a multidão com o movimento Tea Party.
Segundo Quesada, o editor da revista (Tom Brevoort) notou que um dos quadros os cartazes dos manifestantes estava em branco, diferentemente dos outros, e pediu ao letrista (Joe Caramagana) que rapidamente o completasse, para que o arquivo pudesse ir para a gráfica.
Ainda segunda Quesada, o letrista estava horrorizado com a situação, se desculpou pelo episódio e disse que não tinha nenhuma motivação política.
Infelizmente, devido à urgência do cronograma, ninguém checou o trabalho após esta correção, antes que o arquivo fosse enviado à gráfica.
Quesada ressaltou que não houve nenhuma reunião editorial decidindo o uso do movimento Tea Party na história. Além disso, os Watchdogs foram criados em 1987, por Mark Grenwald e Tom Morgan, como um grupo armado extremista ligado ao Caveira Vermelha.
A arte ofensiva já foi corrigida e não estará presente nos encadernados deste arco.
O escritor Mark Waid, que foi roteirista do Capitão América por um longo tempo e atualmente é o editor-chefe da Boom! Studios, também falou sobre o assunto. Segundo ele, se o Capitão América tivesse alguma orientação política, seria ligada aos Democratas do New Deal, do presidente Roosevelt, na década de 1930, cuja plataforma política era muito diferente da do partido atual.
FONTE: UNIVERSO HQ
2 comentários:
Natania,
Estou de volta a blogosfera, rs.
Mudei de escola e fui para uma que realmente dá valor os livros e já está me cobrando um projeto relacionado a gibi, como fiz na outra escola e fui tão incentivada por vc.
Estou trabalhando no segundo turno no projeto da prefeitura "Clube de Leitura" e o gibi vai fazer parte da rotina da escola se tudo der certo.
Enfim, estou por aqui!
Mil bjs!
Pensamentos em Ação
Aí, que bom saber que as coisas estão melhorando!!! Espero que tudo dê muito certo na nova escola.
Abração!
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