quarta-feira, 28 de julho de 2010

Clássicos em quadrinhos


William Costa // williamcosta.pb@dabr.com.br

Selo Farol HQ estreia no mercado editorial com quatro obras primas de Júlio Verne, Herman Melville e Lewis Carroll As histórias em quadrinhos, no Brasil, nem sempre gozaram do prestígio que desfrutam hoje entre os pais e os pedagogos. Houve um período em que sua leitura era considerada 'alienante', para dizer o mínimo, e não poucas crianças foram afastadas de suas páginas devido ao excesso de "zelo educacional" de quem mandava no lar e nas escolas. Felizmente este tempo passou e, atualmente, as HQs, em suas diversas vertentes, levam milhares de leitores de todas as faixas etárias ao delírio, sendo, inclusive, indicadas pelos profissionais que trabalham com literatura e incentivo à leitura.


No segmento das histórias em quadrinhos, um dos projetos de maior êxito são as adaptações de clássicos da literatura mundial para este formato. Prova disso é a mais recente aposta da casa paulista Difusão Cultural do Livro (CDL), que, através do selo editorial Farol HQ, estreou recentemente no mercado brasileiro lançando quatro sagas fantásticas: Viagem ao Centro da Terra, Vinte Mil Léguas Submarinas - ambas do francês Júlio Verne -, Moby Dick, do autor norte-americano Herman Melville, e Alice no País das Maravilhas, do escritor inglês Lewis Carroll. Ao todo serão dez títulos lançados ao longo do ano.

A editora de Literatura da CDL, Daniela Padilha explicou que trata-se de mais um gênero para ser apreciado pelos leitores. E assegura que não há perigo do leitor se desinteressar pela obra original apenas por já ter lido a versão em quadrinhos. "De forma alguma, mas, ao contrário, funciona como primeira via de acesso. Acreditamos que o efeito é inverso. Um leitor que, a primeiro momento, não pegaria o livro na íntegra de Moby Dick para ler, por conta da sua complexidade e número de páginas, terá contato com a obra de Herman Melville pelos quadrinhos e, depois, poderá partir para o livro na íntegra", justificou.

O Farol HQ chegou com a proposta de lançar clássicos da literatura com um texto fiel à história original, mas adaptado, também, para a linguagem atual, investindo, ainda, em um formato de fácil manuseio (brochura em 16,5 x 26 cm). "Nossa intenção é ser um selo de quadrinhos nacionais e importados. Nosso principal direcionamento será de adaptações de clássicos, para serem usados em sala de aula como mais um gênero de trabalho. Queremos aproximar os jovens da literatura clássica, por meio de uma linguagem dinâmica, mas não menos rica e trabalhada", disse Daniela.

Daniela informou que, ainda para 2010, está previsto o lançamento de quadrinhos clássicos adaptados por autores brasileiros. Os dez primeiros títulos são traduções. Para as obras nacionais será discutida a escolha a cada título. O próximo lançamento, Hamlet, de William Shakespeare, está sendo desenhado pelo quadrinista Sam Hart. "O gosto por esse gênero e o investimento editorial por parte das casas editorias vão fazer os quadrinhos chegarem às mãos de um público maior", ressaltou.

As revistas-livros do Farol HQ são bastante instruntivas, pois, além das histórias em si, trazem em suas páginas finais informações interessantes sobre os assuntos abordados na obra. No caso de Moby Dick, por exemplo, há comentários sobre a caça de baleias, para que servia e como era vista pela sociedade da época. Em Viagem ao Centro da Terra há quadros falando sobre os vulcões. Vinte Mil Léguas Submarinas traz um perfil biográfico de aventureiros famosos, como Amyr Klink, a família Schürmann e Jacques Costeau. E em Alice o leitor poderá conhecer o País das Maravilhas e um pouco mais sobre a vida de Lewis Carroll.

FONTE: O NORTE

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