Dia 30 de janeiro é o dia nacional das histórias em quadrinhos e a Gibiteca de Curitiba tem muito a comemorar. Além de ser a primeira do país, inaugurada em 1982, tem um acervo de 26 mil exemplares – que cresce todos os meses com assinaturas e compras – e leitores fieis que acompanham cada nova aventura dos seus personagens preferidos.
A ideia de montar um local inteiramente dedicado à história em quadrinhos nasceu do arquiteto e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Key Imaguire Júnior, que colecionava gibis desde o início da década de 1970. “Na época não havia acervo de gibis nas bibliotecas e pensava que devia existir um espaço para discutir e fazer cartoons”, conta. Hoje ele vai ao local quando é convidado para algum evento ou para fazer parte de júri de concursos de quadrinhos. “A gibiteca está muito bem, anda com as próprias pernas. Não precisa mais de mim”, brinca Imaguire.
A primeira sede era na antiga Galeria Schaffer, no centro da cidade, e só seis anos mais tarde passou para o Centro Cultural Solar do Barão, seu endereço até hoje. A Gibiteca não só é aberta ao público como recebe quase diariamente a visita de escolas da cidade inteira. Segundo a coordenadora, Maristela Garcia, as visitas escolares são uma grande porta para novos leitores e frequentadores do local. “Muitos alunos conhecem a Gibiteca com a escola e depois voltam aqui com os pais para ler mais”, conta.
Os exemplares, que não podem ser retirados do local, vão desde quadrinhos infantis, como Turma da Mônica, até teoria da história em quadrinhos para pessoas que estão na graduação ou na pós. “Vem gente aqui fazer pesquisa até para mestrado. Geralmente são da área de arquitetura, belas artes ou design. Sempre que terminam a monografia ou dissertação nós pedimos uma cópia para ficar arquivada aqui na Gibiteca”, conta Maristela.
O acervo inicial foi constituído por doação, mas aos poucos o Solar do Barão começou a conquistar verbas mensais para incrementá-lo e a firmar parcerias importantes. Ano passado conseguiram uma assinatura com a editora Panini, que envia de quatro a cinco novos exemplares por semana. No início de janeiro a Gibiteca recebeu algumas edições especiais, como as tirinhas iniciais da turma da Mônica, da coleção de aniversário de 50 anos, e a edição de ouro do Super-Homem. Mas além de gibis novos e números especiais, existem também as edições raras, que ficam em armários exclusivos e só podem ser consultadas com um funcionário.
Além da leitura
Para crianças a partir de 10 anos, adolescentes e adultos existe uma oficina de história em quadrinhos em que eles aprendem desde as técnicas iniciais de desenho até roteiro e finalização da arte. São três módulos semestrais com aulas uma vez por semana. Ao fim, o aluno é capaz de montar seu próprio gibi. “Não é necessário saber desenhar para fazer a oficina. Os jovens podem aprender tudo aqui, desde o começo”, conta a assistente da Gibiteca Nereide Custódio. Existe também a oficina de mangá – quadrinho japonês – e aulas de japonês, para quem quer aprender a língua do país que deu origem ao mangá.
A Gibiteca já foi local de exposição de tirinhas famosas, como a da Mafalda, do cartunista argentino Quino, e recebeu visitas ilustres como a de Joe Bennett, desenhista da DC Comics, editora responsável pelo Super-Homem. “Quando ele nos visitou, pedimos que fizesse desenhos dos personagens que gostamos muito. Ele nos fez um Homem-Aranha gigante, que agora está aqui, na parede da Gibiteca”, conta Maristela.
Serviço: Gibiteca de Curitiba, no Centro Cultural Solar do Barão – Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 533. Horário de funcionamento: de segunda à sexta-feira, das 9 às 12 horas e das 14 às 18h30. Nos sábados, das 14 às 19 horas. Informações pelo (41) 3321-3250.
Os cursos custam R$ 160 o semestre e podem ser parcelados em quatro vezes.
Fonte: Gazeta do Povo
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