A revista foi batizada com o nome Tico-Tico em homenagem à ave “passeriforme, fringilídea” ,conhecida popularmente como Maria-Judia. Numa época em que não havia televisão, vídeo game, computador e o único som que se ouvia era o dos altos falantes nas ruas, ficar de castigo para uma criança, era ficar sem a Tico-Tico. A revista cultuou a mãe preta, valorizou os humildes, o amor ao Brasil e a identidade popular através de seus personagens e temas publicados; as crianças enchiam os olhos com as lendas, contos regionais e cantigas populares.
Em suas histórias e ilustrações, personagens como Zé Macaco, Faustina, Chiquinho, Reco-Reco, Bolão e entre outros, encantavam as crianças daquela época. A revista apresentou desde o início inovações visuais e gráfica abrindo espaço para ilustradores.
A revista foi fundada pelo desenhista italiano, naturalizado brasileiro, Agostini, que falecera cinco anos depois do lançamento do Tico-Tico, tendo a colaboração de outros desenhistas como J.Carlos, Alfredo e Oswaldo Storni, Ivan Rodrigues, Monteiro Filho, Luiz Sá, Max Yantok e Aqcuarone.
Em 1906, o Tico-Tico já era sucesso nacional, manteve o preço de duzentos réis até 1920, registrando ao longo de suas publicações o espírito brasileiro e influências nos primeiros cinqüenta anos do século XX. Além de quadrinhos, em suas páginas as crianças encontravam passatempos, mapas educativos, textos da literatura juvenil e informações históricas.
A revista se extinguiu nos fins da década de 50, mas ficou registrada a evolução gráfica e artística de sua obra e sua preocupação em informar e entreter os jovens daquele tempo. Em 2005, a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, realizou uma exposição completa para comemorar os 100 anos de lançamento da revista e sua presença histórica na imprensa brasileira.
Fernando Rebouças
Desenhista
www.oiarte.com
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