Desenvolver e aprimorar as capacidades e habilidades sociais, motoras e psicológicas dos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas. Este é um dos objetivos do Projeto CulturAção, que teve sua primeira etapa em 2009, nos 18 Centros de Socioeducação do Paraná, e foi retomada este ano. O CulturAção é uma parceria feita entre a Secretaria de Estado da Criança e da Juventude e a Secretaria de Estado da Cultura, visando a autovalorização e o reconhecimento social do adolescente.
Este ano as oficinas artísticas, culturais e de lazer serão oferecidas até o mês de novembro. Segundo a coordenadora do projeto, Deborah Martins, as oficinas terão duração maior, devido à boa aceitação no ano passado. “Intensificamos as oficinas no recesso escolar, mas continuaremos oferecendo as atividades ao longo do ano”, afirma.
Deborah diz que o projeto deu tão certo que está programada uma variedade maior de oficinas para os próximos meses. Entre elas estão capoeira, escultura, hip-hop, teatro, dança, música, arte circense, cerâmica, histórias em quadrinhos, serigrafia, xilogravura, desenho, mosaico e roteiro de cinema.
No Centro de Socioeducação Cascavel II, os 86 adolescentes estão participando de aulas de arte circense e hip-hop, realizadas na quadra da unidade. As aulas são teóricas e práticas, feitas com grupos de cinco a dez meninos. A terapeuta ocupacional Renata de Oliveira diz que as oficinas propiciam um momento para os adolescentes extravasarem. “Os adolescentes estão gostando bastante, além de estarem ansiosos para as apresentações que estão sendo planejadas para 29 de janeiro”, acrescenta.
Em Paranavaí, está sendo ofertada oficina de música, onde 30 adolescentes têm aulas de percussão e de violão, sempre com embasamento teórico. Para o dia 10 de fevereiro está programada uma apresentação, onde os garotos vão mostrar o que aprenderam durante a oficina. Nas aulas de escultura, está sendo trabalhada a reciclagem com papelão e garrafas pet. Os frequentadores têm aula teórica de escultura, onde aprendem sobre a reciclagem e os materiais que utilizam.
Para um adolescente que participa da oficina de escultura, a atividade serve como uma forma de expressão dos sentimentos. “Através da arte pude transmitir minhas vontades e relembrar a minha infância”, conta. A pedagoga da unidade, Gisele Guimarães, afirma que estas atividades representam um ganho cultural, além de mostrar várias possibilidades de escolha para os adolescentes. “Eles gostam muito das oficinas, tanto que a maioria vai incluir curso de música no Plano Personalizado de Atendimento”, acrescenta, referindo-se ao programa de atendimento individualizado aos adolescentes em atendimento socioeducativo.
O Cense Fazenda Rio Grande também iniciou as atividades do CulturAção. Os 28 adolescentes participam de oficinas de contação de histórias, onde se aprofundam na literatura brasileira. Na oficina de música aprendem percussão, dança e canto. Para o diretor da unidade, Alex da Silva, as oficinas servem para que ocorra uma apropriação cultural por parte dos adolescentes, além de ser algo diferente da rotina.
No Centro de Socioeducação Curitiba, os adolescentes participam de oficinas como arte circense, teatro, tapeçaria e pirogravura. Segundo a pedagoga Rosângela Kreusch, essas oficinas servem para mostrar aos adolescentes que a arte também é uma forma de trabalho, onde pode-se seguir uma carreira. “Todos participam ativamente das atividades, mas o teatro é o que mais mexe com eles”, acrescenta.
“Estas experiências, vividas pelos adolescentes que participam do projeto, permitem o desenvolvimento e a formação integral e emancipatória de cada um, de modo que fortaleça sua identidade como sujeito de direitos e deveres, protagonista de sua história e cidadão capaz de se relacionar melhor consigo, com os outros, com a sociedade”, afirma Deborah.
Fonte: Agência de Notícias do Estado do Paraná
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