Fernando Surur
Quem na juventude não se divertiu e deu inúmeras gargalhadas pela casa com as diversas histórias em quadrinhos de artistas brasileiros? Através de um pequeno espaço, baseado em retratos e falas de personagens específicos, proporcionavam a alegria de crianças, jovens e até adultos, por meio de histórias de clássicos, como a Turma da Mônica, Capitão América, Luluzinha, Gasparzinho, Homem Aranha, Hulk e tantos outros.
Pois bem, o quadrinho evoluiu com o passar dos anos, tomou forma, ganhou mais cores, aspecto de modernidade e hoje se transformou em uma verdadeira arte. Parte dela está sob a batuta do roteirista Celso Menezes e do ilustrador e desenhista Felipe Massafera, ambos de Mogi Mirim, criadores de uma obra grandiosa e que acumula prêmios, homenagens e prestígio nacional no mundo das figurinhas e dos cartunistas.
A razão de tal evidência se baseia no recente livro em quadrinhos, o Jambocks Parte 1 Prelúdio para a Guerra, que conta a história do 1º Grupo de Aviação de Caça Brasileiro presente na Segunda Guerra Mundial, no ano de 1939 a 1945. Divididos em 48 páginas coloridas, o livro tem formato de 18x28, feito em papel couchê, e chama a atenção pelo acabamento e beleza dos quadrinhos.
Parte 1, como diz o título, trata o capítulo inicial da história, que possui como enredo, o papel do Brasil durante a guerra, a princípio, um país neutro e que foi obrigado a escolher de qual lado estaria durante o combate. Em todas as quatro edições, Jambocks contará a história dos primórdios da FAB(Força Aérea Brasileira) e sua atuação durante a guerra, através dos olhos de Max, um jovem pacifista que desejava ser escritor e acabou inserido no maior conflito na história da humanidade.
O segundo capítulo irá mostrar o treinamento dos pilotos no Panamá; o terceiro, o combate durante a guerra e o quarto a volta dos pilotos para casa, resgatando os sobreviventes, que deverão ser lançadas nos próximos anos.
O fio condutor serão os amigos e protagonistas Max e Ade, únicos personagens fictícios do livro, e que tem o desfecho, no momento em que um deles inscreve ambos no combate para a Segunda Guerra. Eles serão os personagens que irão presenciar todos os acontecimentos importantes, reais da história, disse o desenhista.
O termo Jambocks significa o nome de código que os americanos deram aos brasileiros. Felipe sempre teve a influência da arte vinda da família, com o pontapé inicial dado com a ajuda do cunhado, professor de desenho e proprietário da Desenharte, que apresentou a história à ele ainda criança. Aos nove anos comecei e desenhar e falei: é isso que eu quero fazer da minha vida um dia, disse.
Dali, a carreira se expandiu. Aos 13 anos, Felipe já estudava anatomia e material em arte. O agora ilustrador era figurinha carimbada na escola de desenho, o que acabou colaborando para a carreira. Isso fez com que eu pegasse muita bagagem e meu cunhado ajudou a lapidar os conceitos da arte, além da técnica do desenho, frisou. O cunhado foi a pessoa que apresentou a história em quadrinhos à ele.
O voo para o sucesso veio anos depois, aos 19 anos, quando já com um portfólio pronto, apresentou seu trabalho a uma famosa escola de desenho em São Paulo, a Quanta Academia de Artes, fundada por pioneiros dos quadrinhos brasileiros para o exterior. Um dos agentes da academia, impressionado com o material, se tornou um dos padrinhos de Felipe, levando o trabalho do mogimiriano a diversas agências americanas, no qual o ilustrador mantém atividades há três anos, participando de projetos envolvendo grandes nomes dos quadrinhos, como Alan Moore e Warren Ellis. No Brasil, Felipe chegou a fazer capas deste tipo de livro. O Jambocks é a primeira obra de autoria do ilustrador.
A parceria com Celso veio por intermédio de familiares da namorada do roteirista, conhecida do mogimiriano. Além dos pensamentos semelhantes, Celso também era aficionado por quadrinhos e após conferir um vídeo-documetário do canal National Geographic a respeito da Segunda Guerra Mundial, sugeriu a realização do trabalho ao parceiro, prontamente atendida. Uma das fontes de inspiração de Felipe era seu próprio irmão, tenente da aeronáutica. Ali, se unia o útil ao agradável. Felipe, que diferentemente da maioria dos autores de quadrinhos, que utilizam imagens digitais, realiza seu trabalho manualmente, à base de tintas e pincéis, em um mini ateliê, que fica no quarto de sua casa. Celso, sempre ligado a falas e histórias, ficou então responsável pelo roteiro do Jambocks, aliás, seu primeiro trabalho no ramo. A ideia original era que fosse um livro só e no fim tivemos que dividir em quatro partes, destacou.
E foi por meio de um edital da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, através do ProAC - Programa de Ação Cultural, visando premiar trabalhos de artes que atendiam as exigências do órgão, que ambos foram contemplados com uma verba no valor de R$25mil, propiciando a realização do trabalho. A produção do livro começou em dezembro de 2008 e foi finalizada em fevereiro deste ano. Para redigir o roteiro, Celso fez um amplo estudo na história da participação brasileira na Segunda Guerra, através de livros, e visitas a veteranos da aeronáutica no Rio de Janeiro. Felipe entrava com a pintura manual, se baseando em imagens da Segunda Guerra. O lançamento do livro aconteceu na terceira semana de março, na Comix, em São Paulo, com a presença de importantes cartunistas nacionais. Na próxima semana, está previsto o lançamento da obra na cidade de Campinas e em Santos, além de uma visita a base da FAB em Pirassununga. A dupla teve o livro exibido ainda, no programa Login, da TV Cultura, na última segunda-feira, 5.
Em Mogi mirim, ambos pretendem promover um lançamento oficial em breve. Para Celso, a sensação de produzir uma obra deste porte é a melhor possível. Graças a Deus a repercussão tem sido ótima. A única coisa que reclamam é que acaba logo e querem ler o resto. Então é uma boa reclamação, riu o ilustrador.
Na cidade, o Jambocks Parte 1, Prelúdio para a Guerra, pode ser encontrado na Desenharte e na banca São João, no Centro, defronte ao Banco do Brasil, por R$30. Na banca, o livro está em promoção limitada, saindo por R$23. Para conhecer um pouco mais do trabalho, está disponível o blog do projeto, no endereço www.jambocks.blogspot.com. Para o fãs de quadrinhos, uma boa viagem pelo mundo do Jambocks!
FONTE: A COMARCA
Quem na juventude não se divertiu e deu inúmeras gargalhadas pela casa com as diversas histórias em quadrinhos de artistas brasileiros? Através de um pequeno espaço, baseado em retratos e falas de personagens específicos, proporcionavam a alegria de crianças, jovens e até adultos, por meio de histórias de clássicos, como a Turma da Mônica, Capitão América, Luluzinha, Gasparzinho, Homem Aranha, Hulk e tantos outros.
Pois bem, o quadrinho evoluiu com o passar dos anos, tomou forma, ganhou mais cores, aspecto de modernidade e hoje se transformou em uma verdadeira arte. Parte dela está sob a batuta do roteirista Celso Menezes e do ilustrador e desenhista Felipe Massafera, ambos de Mogi Mirim, criadores de uma obra grandiosa e que acumula prêmios, homenagens e prestígio nacional no mundo das figurinhas e dos cartunistas.
A razão de tal evidência se baseia no recente livro em quadrinhos, o Jambocks Parte 1 Prelúdio para a Guerra, que conta a história do 1º Grupo de Aviação de Caça Brasileiro presente na Segunda Guerra Mundial, no ano de 1939 a 1945. Divididos em 48 páginas coloridas, o livro tem formato de 18x28, feito em papel couchê, e chama a atenção pelo acabamento e beleza dos quadrinhos.
Parte 1, como diz o título, trata o capítulo inicial da história, que possui como enredo, o papel do Brasil durante a guerra, a princípio, um país neutro e que foi obrigado a escolher de qual lado estaria durante o combate. Em todas as quatro edições, Jambocks contará a história dos primórdios da FAB(Força Aérea Brasileira) e sua atuação durante a guerra, através dos olhos de Max, um jovem pacifista que desejava ser escritor e acabou inserido no maior conflito na história da humanidade.
O segundo capítulo irá mostrar o treinamento dos pilotos no Panamá; o terceiro, o combate durante a guerra e o quarto a volta dos pilotos para casa, resgatando os sobreviventes, que deverão ser lançadas nos próximos anos.
O fio condutor serão os amigos e protagonistas Max e Ade, únicos personagens fictícios do livro, e que tem o desfecho, no momento em que um deles inscreve ambos no combate para a Segunda Guerra. Eles serão os personagens que irão presenciar todos os acontecimentos importantes, reais da história, disse o desenhista.
O termo Jambocks significa o nome de código que os americanos deram aos brasileiros. Felipe sempre teve a influência da arte vinda da família, com o pontapé inicial dado com a ajuda do cunhado, professor de desenho e proprietário da Desenharte, que apresentou a história à ele ainda criança. Aos nove anos comecei e desenhar e falei: é isso que eu quero fazer da minha vida um dia, disse.
Dali, a carreira se expandiu. Aos 13 anos, Felipe já estudava anatomia e material em arte. O agora ilustrador era figurinha carimbada na escola de desenho, o que acabou colaborando para a carreira. Isso fez com que eu pegasse muita bagagem e meu cunhado ajudou a lapidar os conceitos da arte, além da técnica do desenho, frisou. O cunhado foi a pessoa que apresentou a história em quadrinhos à ele.
O voo para o sucesso veio anos depois, aos 19 anos, quando já com um portfólio pronto, apresentou seu trabalho a uma famosa escola de desenho em São Paulo, a Quanta Academia de Artes, fundada por pioneiros dos quadrinhos brasileiros para o exterior. Um dos agentes da academia, impressionado com o material, se tornou um dos padrinhos de Felipe, levando o trabalho do mogimiriano a diversas agências americanas, no qual o ilustrador mantém atividades há três anos, participando de projetos envolvendo grandes nomes dos quadrinhos, como Alan Moore e Warren Ellis. No Brasil, Felipe chegou a fazer capas deste tipo de livro. O Jambocks é a primeira obra de autoria do ilustrador.
A parceria com Celso veio por intermédio de familiares da namorada do roteirista, conhecida do mogimiriano. Além dos pensamentos semelhantes, Celso também era aficionado por quadrinhos e após conferir um vídeo-documetário do canal National Geographic a respeito da Segunda Guerra Mundial, sugeriu a realização do trabalho ao parceiro, prontamente atendida. Uma das fontes de inspiração de Felipe era seu próprio irmão, tenente da aeronáutica. Ali, se unia o útil ao agradável. Felipe, que diferentemente da maioria dos autores de quadrinhos, que utilizam imagens digitais, realiza seu trabalho manualmente, à base de tintas e pincéis, em um mini ateliê, que fica no quarto de sua casa. Celso, sempre ligado a falas e histórias, ficou então responsável pelo roteiro do Jambocks, aliás, seu primeiro trabalho no ramo. A ideia original era que fosse um livro só e no fim tivemos que dividir em quatro partes, destacou.
E foi por meio de um edital da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, através do ProAC - Programa de Ação Cultural, visando premiar trabalhos de artes que atendiam as exigências do órgão, que ambos foram contemplados com uma verba no valor de R$25mil, propiciando a realização do trabalho. A produção do livro começou em dezembro de 2008 e foi finalizada em fevereiro deste ano. Para redigir o roteiro, Celso fez um amplo estudo na história da participação brasileira na Segunda Guerra, através de livros, e visitas a veteranos da aeronáutica no Rio de Janeiro. Felipe entrava com a pintura manual, se baseando em imagens da Segunda Guerra. O lançamento do livro aconteceu na terceira semana de março, na Comix, em São Paulo, com a presença de importantes cartunistas nacionais. Na próxima semana, está previsto o lançamento da obra na cidade de Campinas e em Santos, além de uma visita a base da FAB em Pirassununga. A dupla teve o livro exibido ainda, no programa Login, da TV Cultura, na última segunda-feira, 5.
Em Mogi mirim, ambos pretendem promover um lançamento oficial em breve. Para Celso, a sensação de produzir uma obra deste porte é a melhor possível. Graças a Deus a repercussão tem sido ótima. A única coisa que reclamam é que acaba logo e querem ler o resto. Então é uma boa reclamação, riu o ilustrador.
Na cidade, o Jambocks Parte 1, Prelúdio para a Guerra, pode ser encontrado na Desenharte e na banca São João, no Centro, defronte ao Banco do Brasil, por R$30. Na banca, o livro está em promoção limitada, saindo por R$23. Para conhecer um pouco mais do trabalho, está disponível o blog do projeto, no endereço www.jambocks.blogspot.com. Para o fãs de quadrinhos, uma boa viagem pelo mundo do Jambocks!
FONTE: A COMARCA
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