Books hors-série #2: Bande dessinée - Un autre regard sur le monde tem edição de Olivier Postel-Vinay (que assina o editorial juntamente com Suzi Vieira) e traz 46 artigos divididos em quatro seções distintas. A arte de capa é da desenhista libanesa Zeina Abirached.
Nascida durante a guerra civil libanesa, em 1981, Zeina Abirached mudou-se para Paris em 2004 e fez suas estreia nas HQs franco-belgas em 2006, com os álbuns Beyrouth-Catharsis e 38, Rue Youssef Semaani, ambos publicados pela Éditions Cambourakis.
A primeira parte da revista, Résumé des épisodes précédents, conta a história dos quadrinhos, do século 19 aos dias de hoje, começando com uma entrevista de quatro páginas com Benoît Peeters, roteirista, novelista e crítico de HQs, que tem no seu currículo livros teóricos sobre Hergé e Chris Ware e é o criador, junto com François Schuiten, da série Cidades Obscuras.
A seguir, Chris Ware escreve sobre Rodolphe Töpffer (artigo publicado originalmente no Bookforum, traduzido por Johan-Frederik Hel Guedj), pai dos quadrinhos suíços e um dos mais importantes precursores da nona arte.
O texto seguinte analisa a influência dos autores judeus (Jerry Siegel, Joe Schuster, Will Eisner, Robert Crumb, Art Spiegelman etc.) na criação das HQs estadunidenses.
David Hadju escreve sobre a invenção do romance gráfico moderno, as graphic novels (Um Contrato com Deus, Mundo Fantasma, Área de Segurança Gorazde etc.), num artigo publicado no The New York Review of Books, traduzido para o francês por Laurent Bury.
O capítulo Et moi, et moi... descreve a explosão dos roteiros intimistas nos quadrinhos, com artigos sobre Yoshihiro Tatsumi, Susumu Katsumata, Seiichi Hayashi, Jirô Tanigushi, Kiriko Nananan, Ancco, David Heatley, Nina Hemmingsson, Mona Mer'i, Alison Bechdel, Adrian Tomine, Gene Luen Yang, Gipi (Gianni Pancionotti) e Dash Shaw.
Também estão nesse capítulo David Mazzuchelli, num artigo de cinco páginas sobre Asterios Polyp; Zeina Abirached e David B., ambos em entrevistas.
Vivre à Rangoun, Zagreb, Yopougon... é um capítulo que mostra a crítica social nas HQs. Destaque para Rutu Modan (israelense), Magdi Al-Chafei (egípcio), Ramize Erer (turquia), Nayef Al-Mutawa (kuaitiano), Jeff Lemire (canadense), Igor Hofbauer (croata), Ralf König (alemão), Jaime Hernandez (americano), Diego Agrinbau e Gabriel Ippóliti (argentina), Joshua Dysart (americano), Alberto Ponticelli (italiano) e Shaun Tan (australiano).
Este caderno também traz entrevistas com Guy Delisle (de Crônicas Birmanesas, Shenzhen) e Marguerite Abouet (de Aya de Yopougon); um artigo sobre desenhistas (como Rym Mokhtari e Lena Merhej) atuando nas revistas Al Samandal (libanesa) e Bendir (argelina); e outro sobre artistas sul-africanos como Conrad Bottes, Anton Kannemeyer e Lorcan White.
O capítulo final, Dessine-moi L'Histoire, trata dos quadrinhos históricos, com textos sobre Joe Sacco, de Palestina, Área de Segurança Gorazde e Gaza 1956, que será publicado pela Futurópolis este ano; Igort, pseudônimo do italiano Igor Tuveri, cujo próximo trabalho, Les Cahiers Ukraniens, será publicado em breve pela Futurópolis; Apostolos Doxiadis, Christos Papadimitriou, Alecos Papadatos e Annie di Donna, de Logicomix, Carlos Gimenéz (36-39 Malos Tiempos); Antonio Altarriba e Kim, de El Arte de Volar; Jens Harder, de Alpha... Directions; e Robert Crumb, de Gênesis.
Os entrevistados desta seção são o argentino José Muñoz e o russo Nikolaï Maslov (de Une Junesse Sovietique e Le Fils d'Octobre).
A revista termina com uma biblioteca básica que inclui livros de referência sobre quadrinhos em inglês e francês, obras clássicas e os romances gráficos do século 21.
No site da Books é possível ver um preview de todos os artigos da edição, que está à venda por 6,90 euros (R$ 16,69).
FONTE: UNIVERSO HQ
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